Revista Fórum – Um relatório parcial da Polícia Federal obtido pelo UOL mostra como o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, indicava os saques realizados para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
As investigações da PF mostram que Cid utilizou dinheiro público para pagar despesas da esposa de Bolsonaro e, agora, indicam o uso de códigos para operações financeiras para a ex-primeira-dama.
“O conjunto probatório colhido durante o estudo do material apreendido (inclusive o contido em nuvem) permite identificar uma possível articulação para que dinheiro público oriundo de suprimento de fundos do governo federal fosse desviado para atendimento de interesse de terceiros, estranhos à administração pública, a pedido da primeira-dama Michelle Bolsonaro, por meio de sua assessoria, sob coordenação de Mauro Cid”, diz o documento da Polícia Federal.
Nas conversas, Mauro Cid indicava aos subordinados que Michelle precisaria de dinheiro a partir dos códigos “A dama pediu saques” e “PD”.
Entre os pagamentos, estão movimentações para serviços de costureiras, podólogas e veterinários. As solicitações de saque em dinheiro vivo eram articuladas pelas assessoras de Michelle e Mauro Cid. Foram pelo menos 23 operações do tipo em 2021.
Além disso, existem depósitos para Rosimary Carneiro, que cedia seu nome para um cartão de crédito usado pela primeira-dama e por familiares de Michelle.
O próprio Mauro Cid manifestou, em conversas, uma preocupação com o esquema, afirmando ser similar com o caso de “rachadinha” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Investigações reveladas anteriormente mostraram que o dinheiro vinha de uma empresa que tinha contrato com o governo federal, a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
As investigações começaram a partir da Operação Venire, em que Mauro Cid é suspeito de falsificar diversos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde, incluindo o do próprio presidente Jair Bolsonaro e de sua filha, Laura Bolsonaro.
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