Azedou de vez a relação entre aliados do ex-governador Flávio Dino com o governador Carlos Brandão. A suspeita de utilização do aparato de segurança do estado para fins políticos denunciado pelos deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Pereira Junior (PT) é o mais novo pomo da discórdia que ameaça colocar o que se convencionou chamar de brandonistas e dinistas em palanques opostos nas eleições de 2026.
A suposta arapongagem com gravação de conversas que estariam servindo como instrumento de intimidação, embora negada de forma veemente pelo governo Brandão, caiu como uma bomba nesta segunda-feira (13), quando os dois parlamentares encaminharam ao Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, representação solicitando que a Polícia Federal investigue o crime que estaria sendo cometido por agentes do Estado.
Embora não tenha sido vazado o conteúdo das conversas, o mistério em torno do seu conteúdo e a forma como os dois parlamentares reagiram ao tomar conhecimento de que teriam sido gravados de forma criminosa, ganhou repercussão nacional, ampliando ainda mais a crise na base de sustentação do presidente Lula no Maranhão ao tempo em que revela a falta de vontade dos dois lados em buscarem a reconciliação.
Brandão, que deve se encontrar com Lula nos próximos dias, dependendo da agenda do presidente, para tratar de eleição, deve impor como condição para se desincompatibilizar do cargo e disputar a eleição para o Senado, a renúncia do vice-governador Felipe Camarão (PT), proposta já descartada por Camarão que disse em vídeo que se a condição for essa, não haverá acordo.
A gora, com essa acusação de que o governador estaria usando o aparato da segurança como instrumento político contra adversários é um sério indicativo de que, a essa altura, nem o esforço do presidente Lula será capaz de fazer a reconciliação. As férias são profundas, muito difíceis de cicatrizar, ninguém confia em ninguém, o clima é tenso. Falar em pacificação neste momento é pura utopia, os dois lados, pelo visto, não querem pacificar, pelo contrário, querem manter distância.
Em política tudo é possível, até boi voar, mas neste caso tudo indica que Lula terá que dividir palanque em 2026 no Maranhão. O racha chegou a um ponto que não tem volta. Nem Lula, com toda a sua boa vontade, será capaz de currar as feridas.
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