VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
O Ocidente precisa ser implacável com os terroristas, impor-se com poderio militar e, ao mesmo tempo, ajudar os moradores de países árabes ou muçulmanos que lutam por liberdade e democracia. Só assim vencerá a guerra contra o terror.
Essas são as receitas de Anthony Glees, professor da Universidade de Buckingham e diretor do Centro de Estudos sobre Segurança e Inteligência da mesma universidade.
Autor de vários livros e artigos sobre segurança internacional e islamismo, Glees disse em entrevista à Folha, por e-mail, que os seguidores de Osama Bin Laden podem ser poucos hoje, mas são letais e já devem estar preparando novos atentados.
Folha – Bin Laden está morto, mas a guerra contra o terror está longe de terminar. O que o mundo pode fazer para vencer esta batalha? Anthony Glees
O terrorismo já existia antes de Bin Laden e continuará a existir. As democracias liberais, com sua ênfase em direitos humanos e políticos e sua crença na liberdade de expressão e organização, estão sempre sob risco de atentados terroristas.
Os governos precisam compreender que as liberdades essenciais da democracia existem nos termos da lei. Isso significa que nem tudo é permitido. Trabalhar para derrubar a democracia ou usar violência para mudar as políticas de governos democráticos são crimes e assim devem ser tratados.
Além disso, temos que ser implacáveis com nossos inimigos. Em última análise, a segurança vem do poderio militar. Se olharmos para a Alemanha na década de 1970, o país derrotou o terrorismo não pela via da negociação ou suborno, mas pela força e persistência.
O senhor acredita que os movimentos pró-democracia no mundo árabe podem substituir as ideias de Bin Laden entre os jovens?Sim, e esta é nossa melhor esperança. Podem existir alguns adeptos da Al Qaeda entre as pessoas que foram para as ruas protestar, mas a grande maioria quer a implantação de uma democracia liberal, não de um Estado islâmico. Nós temos que apoiar aqueles no mundo árabe e islâmico que querem ter os direitos e liberdades do mundo ocidental.
EUA e Europa têm medo de ataques em represália à morte de Bin Laden. Cresceu mesmo o risco de novo atentado?Sim, e é bem provável que já estejam preparando.
Após a morte de Saddam Hussein, algumas pessoas também diziam que ele se tornaria um mártir e iria influenciar os jovens do mundo árabe. Mas isso não aconteceu.Havia muita gente que era contrária à invasão do Iraque, mas tenho certeza de que muitos muçulmanos ficaram felizes com sua morte. Saddam não era adorado nem por seu povo.
Quão populares são as ideias de Bin Laden entre os jovens?Difícil dizer. Eu duvido que os fãs de Osama bin Laden sejam numerosos. Mas eles são letais em sua intenção. É terrível, mas tanto o Taleban, no Paquistão e no Afeganistão, quanto o Hamas, em Gaza, vão querer atacar os EUA para vingar Bin Laden.
Segundo papéis do governo americano, algumas mesquitas no Reino Unido se tornaram centros de recrutamento para a Al Qaeda. O que o governo pode fazer?Pauline Neville Jones, ministra responsável pelo combate ao terrorismo, disse que a maioria dos recrutamentos ocorre em universidades e prisões. O problema é que as universidades são reticentes em cooperar com o governo.
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Mariângela Gallucci, de O Estado de S. Paulo
Por causa disso, o eleitor não tem como saber para qual candidato foi o dinheiro doado por uma determinada empresa ao partido político. Conforme especialistas em legislação eleitoral, por mais que a Justiça tente inibir as doações ocultas, essa tarefa é impossível, porque “o dinheiro não é carimbado”.
As legendas arrecadam os recursos principalmente de empresas e, na prestação de contas anual ao TSE, declaram a identidade dos doadores. No entanto, os candidatos e comitês eleitorais que recebem a transferência desses recursos não são obrigados a especificar os nomes.
O crescimento das doações ocultas foi expressivo. Somadas, as eleições de 2006 e 2008 atingiram R$ 320 milhões em doações que fizeram um “pit stop” nos partidos antes de migrar para os candidatos, verdadeiros destinatários dos recursos. Em 2008, cerca de R$ 250 milhões percorreram este caminho.
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