| Edivaldo comanda mais uma caminhada |
No último dia de campanha,
Edivaldo mantém agenda de contato com a população de São Luís. Com duas
caminhadas em diferentes bairros da cidade, Edivaldo finaliza período de eleição
com expectativa de resultado positivo nas urnas no próximo domingo e, neste
sábado, realiza a Carreata da Vitória, com concentração no Ceprama a partir das
16h.
De acordo com a legislação eleitoral, cada candidato pôde divulgar, desde 6 de
julho, quando começou a propaganda, até dez anúncios por veículo, em datas
diversas.
Já a distribuição de material gráfico, a promoção de caminhada, carreata,
passeata ou carro de som divulgando jingles ou mensagens dos candidatos assim
como a o uso de alto-falantes ou amplificadores de som pode se estender até as
22h deste sábado (6).
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| Apesar da experiencia, Tonico se atrapalhou no debate |
Algo de muito estranho
acontece na justiça do Maranhão, digna de melhor atenção do CNJ – Conselho Nacional de Justiça . Acerca de duas semanas, o Tribunal de Justiça
do Estado condenou o prefeito do município de Governador Edson Lobão, Lourêncio
de Moraes, a um ano e dois meses de cadeia, e também à perda do cargo de
prefeito.
Carlos Madeiro, Fabrício Venâncio, Leandro Moraes e Nolle Marques
Do UOL, em São Luís
Capital
do Maranhão, São Luís possui diversas peculiaridades. Do reggae, que
domina as baladas locais, ao famoso guaraná Jesus, a cidade tem a fama
de “ilha rebelde” e se destaca nacionalmente pelo alto índice de
abstenção nas eleições. Na votação passada, em 2010, o índice foi o
maior entre as capitais brasileiras. Para os ludovicenses, falta crédito
aos políticos locais.
Os números do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) não deixam dúvida sobre a falta de
interesse de parte significativa do eleitorado. Em 2008, na última
eleição municipal, dos 636 mil eleitores, 115 mil deixaram de votar
(18%). Em 2010, o número ainda foi maior: 163 mil não foram às urnas, o
que representou 24,5% do eleitorado, maior índice entre as capitais
brasileiras.
A abstenção em São Luís é algo que se repete ao longo
dos anos e já virou motivo de preocupação. Segundo o TRE-MA (Tribunal
Regional Eleitoral do Maranhão), campanhas de conscientização, com
panfletos e jingles, foram lançados orientando sobre a importância do
voto e conclamando pela presença dos eleitores no dia 7 de outubro.
O UOL visitou São Luís dentro do projeto UOL pelo Brasil –série de reportagens multimídia que percorre municípios em todos os Estados da federação durante a campanha eleitoral.
Para entender a alma ludovicense e tentar achar explicações para o desinteresse da população com a votação, o UOL foi a festas de reggae, que são a essência cultural da cidade.
Muitos
são os argumentos usados pelos regueiros –que lotam os bares e
clubes– para o descrédito nos políticos maranhenses. “Hoje em dia, a
política está sem confiança porque os políticos prometem e não cumprem. E
hoje em dia ninguém é mais burro, e a confiança foi embora”, afirma o
DJ Call Lewis.
Com
a cultura musical forte, o reggae se tornou uma das vozes principais da
população pobre. “O reggae canta reivindicações da periferia, falando
da necessidade do povo. Porque periferia não é só pobreza. Os políticos
precisam ter mais consciência. Na hora da eleição, eles se veem ao lado
para conquistar o voto. Depois esquecem”, diz Márcia Magalhães,
dona-de-casa e frequentadora assídua do bar do Cidinho, um dos
principais pontos de encontro de regueiros da cidade.
Parte da
abstenção também poderia ser explicada pela “rebeldia” da cidade, que é
expressada nas letras e ritmo das canções. “O reggae é praticamente a
alma da cidade. A nossa ilha tem o pseudônimo de ilha rebelde, e acho
que o reggae é o que mais casa com isso, porque a ilha que não se rende.
O povo maranhense qye mora na capital tem uma consciência política que é
muito forte”, conta o pesquisador e produtor cultural Amsterdã Silva
Botelho.
Os políticos sabem que São Luís tem o reggae na alma, e
os jingles de campanha são embalados pelo ritmo. Não é difícil encontrar
um candidato que fez letras ao som do reggae para tentar chegar à
população.
“Todos os candidatos usam o reggae, seja num simples
jingle, para que a mensagem absorvida, ou de forma mais direta. Mas
temos alguns políticos ligados diretos ao reggae. E o regueiro por se
identificar com isso para representar. Desde o vereador ao prefeito”,
completa Botelho.
A
política em São Luís possui também suas características marcantes. Uma
delas é a influência da família Sarney, que tem a governadora Roseana
(PMDB). A família também controla o maior sistema de comunicação, o
grupo Mirante.
A disputa pela Prefeitura de São Luís envolve oito
candidatos. Em mais uma peculiaridade política, a capital conseguiu unir
os rivais DEM e PT. Os petistas lançaram o nome de Washington Luís.
Sim, a cultura faz com que as pessoas percam o interesse na política
Não, o povo não vota pela qualidade e propostas dos candidatos locais
Não conheço a cidade e não posso opinar
A aliança
não se justificaria não fosse pela articulação do PMDB, da família
Sarney, que reuniu na chapa nada menos que 13 partidos. Por conta das
rusgas nacionais, a aliança em São Luís não se repete em outra capital
do Brasil e precisou passar pela aprovação da Executiva Nacional do DEM.
Segundo
o partido, a aliança se justificou pelo fato de a sigla apoiar o
governo de Roseana Sarney (que, antes de ser do PMDB, era filiada ao
PFL, que veio a se transformar no DEM). Em contrapartida, o DEM informou
que recebeu a garantia do apoio do governo estadual em 29 municípios.
Apesar
da grande união dos partidos e do maior tempo eleitoral, o candidato do
governo não emplacou e corre sério risco de ficar fora do segundo
turno. Segundo última pesquisa Ibope, Washington é apenas o terceiro
colocado, com 22% das intenções de voto. O líder é o atual prefeito João Castelo (PSDB), com 29%, contra 26% de Edivaldo Holanda Júnior (PTC).
ComNão
é comum capas de jornais darem espaço para artigos. Ainda mais aos
domingos, dia de venda gorda. Mas o Estado do Maranhão foge à regra e
publica a coluna do Sarney. Dono do sistema Mirante, o senador pelo
Amapá usa o espaço semanalmente para dar o seu recado.