O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou, durante entrevista a um podcast nesta segunda-feira (21), que teve suas contas bancárias bloqueadas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico. Apesar da denúncia feita pelo parlamentar, o STF não confirmou oficialmente a existência da medida até o fechamento da reportagem. Eduardo, porém, optou por tentar transformar a situação em capital político no exterior, protagonizando declarações que alimentam a campanha internacional contra o próprio país.
Na mesma entrevista, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi além e admitiu que atuou diretamente para sugerir aos Estados Unidos a adoção de tarifas comerciais contra o Brasil, numa clara afronta aos interesses nacionais. “Não era o meu desejo [as sanções], sempre trabalhei por sanções individuais a Alexandre de Moraes”, declarou. A frase, no entanto, escancara o nível de submissão do parlamentar ao governo estrangeiro, ignorando que qualquer tipo de sanção comercial impacta toda a economia brasileira.
Para Eduardo Bolsonaro, “há uma crise institucional antes da questão comercial”, e o bloqueio econômico seria uma ferramenta legítima de pressão sobre as instituições democráticas brasileiras. “Era para ser o último recurso de um longo processo [as tarifas ao Brasil]”, afirmou, numa fala que escancara a atuação de um parlamentar brasileiro em favor de sanções internacionais contra o próprio país. De maneira alarmante, Eduardo chegou a declarar apoio às medidas de Trump: “Eu concordo e eu chamo de tarifa Moraes”, disse. “Antes de qualquer tipo de questão comercial vem a questão institucional”, completou, minimizando os prejuízos econômicos à população brasileira.
Do lado da oposição, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), criticou a postura do bolsonarista e reforçou pedido para bloqueio de seu salário parlamentar. Segundo Lindbergh, Eduardo utilizou o mandato para atuar no exterior em campanhas contra o Brasil, valendo-se da imunidade parlamentar para proteger ações contrárias aos interesses nacionais.
Em mais um sinal de sua tentativa de manter privilégios, Eduardo afirmou em transmissão ao vivo que poderia “levar o mandato” por pelo menos mais três meses: “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, declarou em seu canal no YouTube. Mesmo com a agenda de oposição programada para segunda-feira (21) na Câmara, Eduardo não participou da reunião virtual em razão de uma medida cautelar do STF que o impede de manter contato com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
A entrevista evidencia o papel lamentável desempenhado por Eduardo Bolsonaro: não apenas se coloca contra instituições nacionais, mas também atua como peça auxiliar de um governo estrangeiro para sufocar economicamente o próprio país.
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