Embora mantenha-se em silêncio sobre sucessão estadual, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) na avaliação da senadora Eliziane Gama (PSD), candidata à reeleição, é franco favorito na corrida ao Palácio dos Leões. A declaração foi feita durante entrevista ao portal de notícia My News.
Apesar da avaliação positiva sobre o potencial do prefeito da capital, a senadora reafirmou seu apoio ao pré-candidato do PT ao governo do estado Felipe Camarão, atual vice-governador que vem percorrendo o interior do Maranhão tentando consolidar seu nome para a disputa eleitoral do ano que vem.
Eliziane rasga elogios ao prefeito Eduardo Braide e chega a dizer que ser ele o prefeito mais bem avaliado do país e vai além: “Arrisco a dizer para você que, se for candidato a governador, dificilmente perde a eleição. Eu acho que as chances de dele ganhar são reais hoje. Mas é uma definição que passa primeiro pela decisão pessoal dele, se quer se candidatar ou não”.
Diante do reconhecimento da senadora sobre o favoritismo de Braide e sendo ele do seu partido, o PSD, ficou no ar a resposta: Eliziane manterá o apoio a Felipe Camarão, caso o prefeito de São Luís resolva concorrer ao governo.
Nos bastidores da eleição de 2026 existe uma avaliação de que as chances de reeleição de Eliziane Gama crescem caso seja ela seja companheira de chapa de Braide. O problema é que Braide continua sendo uma incógnita, não se decide, mas dá sinais de que pode concorrer.
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, no entanto, já deu declaração pública afirmando que Braide será candidato.
A pesquisa nacional do instituto Real Time Big Data, realizada entre 28 e 30 de setembro de 2025, confirma a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todos os cenários eleitorais testados para a sucessão presidencial de 2026. O levantamento ouviu 2.500 pessoas em todo o Brasil e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, com 95% de nível de confiança.
Na pesquisa espontânea — quando não são apresentados nomes de candidatos — Lula aparece com 29% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro, com 21%. Tarcísio de Freitas marca 3%, Ciro Gomes e Michele Bolsonaro 1% cada. Brancos e nulos somam 11% e 31% não souberam ou não responderam.
O levantamento também mediu a rejeição. Lula registra 25% de eleitores que dizem votar nele “com certeza” e outros 23% que “poderiam votar”. Já 39% afirmam que não votariam no presidente em nenhuma hipótese. Bolsonaro, por sua vez, tem 22% de votos certos e 26% de potenciais votos, mas também lidera em rejeição: 40% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.
A pesquisa Real Time Big Data reforça a resiliência eleitoral de Lula, que lidera em todos os cenários testados, mesmo diante de diferentes adversários. O resultado mostra que, apesar da polarização com o bolsonarismo, o presidente mantém-se como favorito para disputar e vencer um novo mandato em 2026.
A Justiça Federal condenou o ex-prefeito de Pedro do Rosário (MA), Adailton Martins, e uma servidora pública do município por atos de improbidade administrativa relacionados ao uso irregular de recursos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) em 2007. A ação foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) após auditoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde) apontar saques indevidos e ausência de comprovação das despesas.
Os réus emitiram cheques e desviaram verbas destinadas ao transporte de alunos da rede pública. Parte dos valores teria sido registrada como pagamento a um suposto prestador de serviços de manutenção de veículos, que declarou ser pescador e nunca ter trabalhado para a prefeitura. A análise de movimentações bancárias também revelou transferências a particulares sem vínculo com a administração municipal, confirmando o dano aos cofres públicos.
Com base nas provas reunidas, o juízo concluiu que houve conduta dolosa dos gestores e determinou a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. Entre elas estão o pagamento de multa, suspensão dos direitos políticos por cinco anos, a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais pelo mesmo período e a obrigação de ressarcir integralmente o dano apurado.
A decisão também determinou que, após o trânsito em julgado, os nomes dos condenados sejam inscritos no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa, mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
247 – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que o grupo fazia parte do “núcleo crucial” responsável por articular medidas para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Reportagem do Valor Econômico, aponta que o processo em curso no STF é resultado de uma série de episódios iniciados em 2021, com ataques às instituições democráticas, que culminaram nos atos de 8 de janeiro de 2023 e chegaram até 2025, com desdobramentos internacionais e a imposição de prisão domiciliar ao ex-presidente.
2021: ataques ao STF e discurso de ruptura
Na ocasião, Bolsonaro chegou a afirmar que só deixaria Brasília “preso, morto ou com a vitória”. Ainda segundo a PGR, aliados chegaram a cogitar desobediência às decisões do STF e elaborar planos de fuga caso não houvesse respaldo militar.
Após perder as eleições de 2022, Bolsonaro se recusou a reconhecer formalmente a vitória de Lula. Durante interrogatório no STF, ele admitiu ter apresentado “hipóteses constitucionais” aos comandantes das Forças Armadas, incluindo a instalação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Em dezembro, apresentou aos chefes militares um plano para declarar estado de sítio e reverter o resultado das urnas. O então comandante do Exército rejeitou a proposta, mas o almirante Almir Garnier, da Marinha, se mostrou disposto a apoiá-lo, conforme a denúncia.
Nesse período, acampamentos de apoiadores em frente a quartéis se consolidaram como centros de organização de atos antidemocráticos, com estrutura logística e financiamento externo.
O 8 de janeiro de 2023 ficou marcado como um ataque sem precedentes à democracia brasileira. Manifestantes invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF, em protesto contra a eleição de Lula e em defesa de intervenção militar.
Em novembro de 2024, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, seus principais aliados políticos e 25 militares da ativa ou da reserva. O relatório apontou provas de que os envolvidos participaram da organização da tentativa de golpe e estruturaram núcleos de atuação distintos.
Além disso, Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pela Justiça Eleitoral.
Em fevereiro de 2025, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou denúncia contra Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto e outros aliados por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. A acusação incluiu ainda planos de execução do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Paralelamente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, mudou-se para os Estados Unidos em busca de apoio político. Em articulações com o presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu uma anistia ampla aos acusados.
Como reação, Trump impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros e sancionou ministros do STF, aplicando inclusive a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, medida inédita contra uma autoridade brasileira.
Essas manobras levaram o STF a impor medidas cautelares a Bolsonaro, incluindo tornozeleira eletrônica, posteriormente convertida em prisão domiciliar. Investigações também apontaram que o ex-presidente buscou asilo com o presidente argentino, Javier Milei, e apoio na embaixada dos EUA, o que resultou em acusações adicionais de obstrução da Justiça.
O governador Carlos Brandão (ainda PSB) continua varrendo o PCdoB, partido pelo qual o ex-governador Flávio Dino se elegeu em 2014 e comandado pelo seu braço direito na política estadual, o deputado federal Márcio Jerry, de sua gestão.
Nesta sexta-feira (29), através de sua rede social, Brandão anunciou a exoneração de Gerson Pinheiro, militante histórico do PCdoB, da Secretaria de Igualdade Racial, alargando ainda o fosso que o separa dos comunistas.
Gerson Pinheiro, que ocupava o cargo desde a primeira gestão de Flávio Dino, que teve início em 2015, não faz mais parte do governo. Para ocupar a pasta, o governador anunciou a nomeação de Célia Salazar.
A exoneração de Gerson Pinheiro é apenas mais um episódio no processo de afastamento do governador Carlos Brandão do grupo dinista e que passou a fazer oposição, mesmo tendo integrantes ocupando pastas na gestão.
O ato de demissão, que não chegou a surpreender por conta da crise que levou o PCdoB a romper com o governo e se declarar oposição, expõe o nível de animosidade entre aliados do atual ministro do STF, Flávio Dino, com o governador.
O PCdoB teve papel primordial na composição da aliança que desbancou o grupo Sarney em 2014 e elegeu Flávio Dino, tendo Brandão (então no PSDB) como vice, chapa que se repetiu em 2018.
Em 2022 Brandão foi o candidato bancado por Dino, apesar da forte pressão exercida pelo senador Weverton Rocha para ser o candidato da aliança, que colocou Felipe Camarão (PT) como vice com a perspectiva de substituir Brandão em 2026 e ser candidato à reeleição.
O PCdoB passou a cobrar do governador apoio à pré-candidatura de Camarão, mas Brandão resolveu tomar um outro caminho e apostar no seu sobrinho e atual secretário da Assuntos Municipalista, Orleans Brandão (MDB).
Antes da questão sucessória, porém, os deputados considerados dinistas já reclamação a falta de atenção do governador aos seus pleitos e acusavam o chefe do Executivo de dar prioridade a parlamentares que sequer haviam votado nele.
O clima tenso passou a dominar os discurso no plenário da Assembleia Legislativa, onde alguns parlamentares governistas passaram a defender que o PCdoB entregasse os cargos que ocupam e a solicitar que o governador tomasse providência de afasta-los.
O PCdoB não tomou a iniciativa de entregar os cargos do governo que ajudou eleger, mas passou a sofrer a chamada caça as bruxas, tendo auxiliares do governo ligados ao partidos exonerados. E neste contexto, acabou sorando para Gerson Pinheiro, um secretário que se destacava pelo trabalho em defesa da igualdade racial.
A guilhotina de Brandão também cortou cabeça na Secretaria de Educação, onde a secretária-adjunta Nádya Christina Guimarães Dutra deixou o cargo. Em seu lugar, foi nomeado Francisco de Assis Costa Filho, que foi secretário nacional da Juventude no governo Temer e é ligado ao MDB.
Resta saber o que vai acontecer com os outros membros do partido que ainda permanecem em seus cargos. A guerra está declarada.
Em entrevista à Rádio Itatiaia nesta sexta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem chamou de “o maior traidor da história do país”, e defendeu a cassação de seu mandato. O chefe do Executivo também comentou o processo judicial contra Jair Bolsonaro (PL), dizendo que não pretende acompanhar o julgamento.
Lula foi categórico ao afirmar que Eduardo Bolsonaro não tem condições de permanecer no Congresso. Para ele, as atitudes do deputado ultrapassaram todos os limites.
O presidente acusou o parlamentar de ter atacado o Brasil em viagens ao exterior, principalmente nos Estados Unidos, ao lado do ex-presidente Donald Trump. “Ele sai do Brasil, vai para os Estados Unidos denunciar o Brasil e fica mentindo com relação ao país. As acusações que Trump fez ao Brasil são todas inverídicas”, disse Lula.
Ao ser questionado sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula garantiu que não se envolve no processo e que não pretende acompanhar as sessões. “Não vou assistir a julgamento nenhum. Tenho coisa melhor para fazer”, afirmou.
O petista ressaltou que o caso será decidido pela Justiça com base em provas, depoimentos e investigações da Polícia Federal. “Ele vai ser julgado com base nos autos. Não é a figura de Bolsonaro que está sendo julgada. O que está sendo julgado é o comportamento desse cidadão que foi presidente em função das denúncias e delações feitas e das provas apuradas pela Polícia Federal. Se ele cometeu crime, será punido. Se não cometeu, será absolvido e a vida continua. A Justiça deve valer para todos”, destacou.
O presidente acrescentou que Bolsonaro deve apresentar sua defesa como qualquer outro cidadão. “Ele está tendo direito à presunção de inocência, que eu não tive. Então, que ele se defenda e prove que é mentira. Que prove que não tinha caminhão com bomba no aeroporto de Brasília. Que prove que não tinha plano arquitetado para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Que prove que não foi ele que organizou a ocupação na frente dos quartéis brasileiros”, concluiu.