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O presidente
do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Antonio Guerreiro Júnior, garantiu o apoio técnico do Poder Judiciário nas atividades do projeto “Esforço Concentrado: Uma via de acesso à justiça e à cidadania”, apresentado pela juíza Josane Braga, titular da 1º Vara de Coroatá.
A
iniciativa pretende dar maior agilidade à tramitação dos processos do Juizado Especial Cível daquela comarca, onde ocorrerá um mutirão processual entre os dias 18 e 22 de junho.
“O
TJMA vai oferecer o apoio logístico nas áreas de informática e telefonia, com o envio de uma equipe de técnicos para adequação de rede e instalação de computadores e equipamentos”, afirmou Guerreiro Júnior.
O
“esforço concentrado” vai contar com a participação de 12 juízes, assessores e servidores da comarca. A previsão é de que sejam realizadas 600 audiências unas de conciliação, instrução e julgamento e proferidas sentenças, despachos e decisões de aproximadamente 250 processos.
“Estamos
trabalhando muito para aproximar o jurisdicionado da Justiça e, sobretudo, exercer aquilo que é a nossa função máxima – a prestação jurisdicional célere e eficiente”, declarou a juíza Josane Braga, em reunião com o presidente do TJMA.
O
projeto foi idealizado a partir da constatação de que a maior parte da demanda de processos da 1ª Vara de Coroatá é referente ao rito dos juizados cíveis.
De
acordo com dados do Relatório Mensal de Atividades (RMA) da unidade jurisdicional, relativos ao mês de março de 2012, foi verificado um total de 3.669 processos, dos quais 2.001 (mais da metade) são processos do Juizado Cível. Em média, são distribuídos 150 processos por mês para o Juizado Especial Cível.
A
maioria dos processos envolve idosos e pensionistas, relacionados a empréstimos consignados descontados em benefícios do INSS. |
As informações sobre as pressões de Lula foram publicadas em reportagem da revista Veja deste fim de semana. Os dois mais antigos ministros do Supremo — além de Celso de Mello, o ministro Marco Aurélio — reagiram com indignação à reportagem. Ouvidos neste domingo (27/5) pela revista Consultor Jurídico, os dois ministros classificaram o episódio como “espantoso”, “inimaginável” e “inqualificável”.
De
acordo com os ministros, se os fatos narrados na reportagem da semanal
espelham a realidade, a tentativa de interferência é grave. Para o
ministro Celso de Mello, “a conduta do ex-presidente da República, se
confirmada, constituirá lamentável expressão de grave desconhecimento
das instituições republicanas e de seu regular funcionamento no âmbito
do Estado Democrático de Direito. O episódio revela um comportamento eticamente censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo”.
Já
o ministro Marco Aurélio afirmou que pressão sobre um ministro do
Supremo é “algo impensável”. Marco afirmou que não sabia do episódio
porque o ministro Gilmar Mendes, como afirmou a revista Veja,
tinha relatado o encontro com Lula apenas ao presidente do STF, ministro
Ayres Britto. Mas considerou o fato inconcebível. “Não concebo uma
tentativa de cooptação de um ministro. Mesmo que não se tenha tratado do
mérito do processo, mas apenas do adiamento, para não se realizar o
julgamento no semestre das eleições. Ainda assim, é algo inimaginável.
Quem tem de decidir o melhor momento para julgar o processo, e decidirá,
é o próprio Supremo”.
De acordo com Veja, o ministro
Gilmar Mendes foi convidado para um encontro com Lula no escritório de
Nelson Jobim, advogado, ex-presidente do Supremo e ex-ministro da Defesa
do governo petista. Lula teria dito a Mendes que é inconveniente que o
mensalão seja julgado antes das eleições e afirmado que teria o controle
político da CPI do Cachoeira. Ou seja, poderia proteger Gilmar Mendes.
O
encontro foi patrocinado por Jobim. Lula começou por
oferecer “proteção” a Gilmar Mendes, no âmbito da CPI do Cachoeira, uma
vez que ele teria a comissão sob seu comando. Gilmar reagiu
negativamente e Jobim tentou consertar: “O que o presidente quis dizer é
que o Protógenes pode querer convocá-lo”. Ao que Gilmar teria retrucado
que, nesse caso, quem precisa de proteção é ele, pelas suas ligações
com o esquema de Cachoeira. Ao repetir que suas ligações com o senador
Demóstenes nunca passaram dos limites institucionais, Lula teria
perguntado sobre a viagem de Gilmar e Demóstenes a Berlim. “Vou a Berlim
como você vai a São Bernardo do Campo. Minha filha mora lá. Vá fundo na
CPI”. Mendes confirma o encontro com Demóstenes na Alemanha, mas
garante que pagou as despesas da viagem de seu bolso. Sem favor de
ninguém.
O ministro Celso de Mello lamentou a investida. “Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável
e indecoroso. Rompe todos os limites da ética. Seria assim para
qualquer cidadão, mas mais grave quando se trata da figura de um
presidente da República. Ele mostrou desconhecer a posição de absoluta
independência dos ministros do STF no desempenho de suas funções”, disse
o decano do Supremo.
Para Marco Aurélio, qualquer tipo de
pressão ilegítima sobre o STF é intolerável: “Julgaremos na época em que
o processo estiver aparelhado para tanto. A circunstância de termos um
semestre de eleições não interfere no julgamento. Para mim, sempre
disse, esse é um processo como qualquer outro”. Marco também disse
acreditar que nenhum partido tenha influência sobre a pauta do Supremo.
“Imaginemos o contrário. Se não se tratasse de membros do PT. Outro
partido teria esse acesso, de buscar com sucesso o adiamento? A resposta
é negativa”, afirmou.
De acordo com o ministro, as referências do
ex-presidente sobre a tentativa de influenciar outros ministros por via
indireta são quase ingênuas. “São suposições de um leigo achar que um
integrante do Supremo Tribunal Federal esteja sujeito a esse tipo de
sugestão”, disse. Na conversa relatada por Veja, Lula teria
dito que iria pedir ao ministro aposentado Sepúlveda Pertence para falar
com a ministra Cármen Lúcia, sua prima e a quem apadrinhou na indicação
para o cargo. E também que o ministro Lewandowski só liberará seu voto
neste semestre porque está sob enorme pressão.
Marco Aurélio não
acredita em nenhuma das duas coisas: “A ministra Cármen Lúcia atua com
independência e equidistância. Sempre atuou. E ela tem para isso a
vitaliciedade da cadeira. A mesma coisa em relação ao ministro Ricardo
Lewandowski. Quando ele liberar seu voto será porque, evidentemente,
acabou o exame do processo. Nunca por pressão”.
O ministro Celso de Mello também disse que a
resposta de Gilmar Mendes “foi corretíssima e mostra a firmeza com que
os ministros do STF irão examinar a denúncia na Ação Penal que a
Procuradoria-Geral da República formulou contra os réus”. Para o decano
do STF, “é grave e inacreditável que um ex-presidente da República tenha
incidido nesse comportamento”.
De acordo com o decano, o episódio é grave e inqualificável sob todos os aspectos: “Um
gesto de desrespeito por todo o STF. Sem falar no caráter indecoroso é
um comportamento que jamais poderia ser adotado por quem exerceu o mais
alto cargo da República. Surpreendente essa tentativa espúria de
interferir em assunto que não permite essa abordagem. Não se pode
contemporizar com o desconhecimento do sistema constitucional do país
nem com o desconhecimento dos limites éticos e jurídicos”.
Celso
de Mello tem a convicção de que o julgamento do mensalão observará
todos os parâmetros que a ordem jurídica impõe a qualquer órgão do
Judiciário. “Por isso mesmo se mostra absolutamente inaceitável esse ensaio
de intervenção sem qualquer legitimidade ética ou jurídica praticado
pelo ex-presidente da República. De qualquer maneira, não mudará nada.
Esse comportamento, por mais censurável, não afetará a posição de
neutralidade, absolutamente independente com que os ministros do STF
agem. Nenhum ministro permitirá que se comprometa a sua integridade
pessoal e funcional no desempenho de suas funções nessa Ação Penal”,
disse o ministro.
Ainda de acordo com o decano do
Supremo, o processo do mensalão será julgado “por todos de maneira
independente e isenta, tendo por base exclusivamente as provas dos
autos”. O ministro reforçou que a abordagem do ex-presidente é
inaceitável: “Confirmado esse diálogo entre Lula e Gilmar, o
comportamento do ex-presidente mostrou-se moralmente censurável. Um
gesto de atrevimento, mas que não irá afetar de forma alguma a isenção, a
imparcialidade e a independência de cada um dos ministros do STF”.
Celso de Mello concluiu: “Um
episódio negativo e espantoso em todos os aspectos. Mas que servirá
para dar relevo à correção com que o STF aplica os princípios
constitucionais contra qualquer réu, sem importar-se com a sua origem
social e que o tribunal exerce sua jurisdição com absoluta isenção e
plena independência”.
O anfitrião do encontro entre
Lula e Gilmar Mendes, Nelson Jobim, negou que o ex-presidente tenha
feito pressão sobre o ministro do Supremo. De acordo com notícia
publicada no Blog do Noblat na noite deste domingo, em entrevista ao jornal Zero Hora,
do Rio Grande do Sul, que será publicada nesta segunda-feira (28/5),
Jobim repetiu o que disse desde que a semanal chegou às bancas: “nada do
que foi relatado pela Veja aconteceu”. O ex-ministro ainda disse ao jornal: “Estranho
que o encontro tenha acontecido há um mês e só agora Gilmar venha se
dizer indignado com o que ouviu de Lula. O encontro foi cordial. Lula
queria agradecer a colaboração de Gilmar com o seu governo”.
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| Laqueadura virou rotina em Urbano Santos |
O presidente da Embratur afirma que continua buscando unidade da oposição a João Castelo e Roseana Sarney

“Nosso tempo não é definido pelos nossos adversários, e sim pelos nossos
aliados e pelo diálogo com o povo, na hora própria,” disse Flávio Dino
no início da noite de ontem. O presidente da Embratur referia-se às
articulações políticas para as eleições municipais de 2012, reafirmando a
participação efetiva do PCdoB na escolha de um candidato de oposição ao
atual prefeito João Castelo (PSDB).
Flávio Dino continua buscando unidade dos partidos de oposição a João
Castelo (PSDB) e Roseana Sarney (PMDB), uniformizando o grupo que
pretende apresentar novas propostas para a administração pública no
Maranhão. “Aqueles que estão ansiosos com o caminho do PCdoB deveriam
tratar de governar. Não foram eleitos para isso?,” perguntou via
twitter.
Para ele, o caminho construído pela oposição deixará à disposição do
povo de São Luís um nome que represente a unidade política e capaz de
por em prática as propostas discutidas ao longo das reuniões entre os
pré-candidatos. Dino afirma que toda a negociação está sendo construída
com democracia e respeito aos aliados, e afirma que em breve todas as
siglas, juntas, apresentarão candidato único.
“As convenções ocorrem até 30 de junho e a campanha começa em julho. E
tenho mais 13 dias para eventual desincompatibilização. Quem define o
nosso tempo é a posição do nosso partido e dos aliados, que valorizamos e
respeitamos. E há um calendário legal a ser seguido,” finalizou o
comunista.
A