O governador Carlos Brandão (PSB) confirmou na entrevista ao jornal O Globo o que já havia sinalizado aos seus assessores mais próximos: só vai decidir de permanecerá no comando do estado até o final do mandato ou se concorrerá ao Senado em 2026. O chefe do Executivo estadual deixou claro que não vai antecipar sua decisão, que aproveitará o penúltimo ano de sua gestão para entregar obras e deixará para o ano que vem a discussão com sua base aliada sobre o caminho a seguir.
Um dos pontos da entrevista que chamou atenção foi o fato dele afirmar que é muito querido no grupo Sarney e possibilidade de retornar ao MDB, partido que foi entregue ao seu irmão Marcos Brandão, levando consigo parte da estrutura partidária que forma a base de sustentação do seu governo e se afastar definitivamente de legendas que integram hoje a federação Brasil da Esperança, onde se encontram antigos aliados do ex-governador Flávio Dino, com destaque para o PCdoB.
Brandão foi criado politicamente no grupo Sarney, possui laços com a família do ex-presidente José Sarney e isso ficou claro ao convidar para a solenidade sua posse o ex-presidente, retirando-o do ostracismo da política maranhense, condição a que se encontrava ao vestir o pijama e se transformar em conselheiro de políticos graduados, inclusive ex-presidente em situação de dificuldade por conta de sua vasta experiência na vida pública.
O governador negou que tenha rompido com o ex-governador Flávio Dino, principal responsável por sua ascensão ao comando do estado em 2022, inclusive se indispondo com aliados do campo de centro esquerda (senador Weverton Rocha) para que assumisse a condição de candidato da aliança robusta composta por nada menos que treze partidos das mais diversas colorações ideológicas, articulada por Dino e que lhe deu a vitória no primeiro turno, mas o que se observa é um fosso cada vez maior entre os dois.
Ao deixar para discutir a sua sucessão apenas em 2026, Brandão joga fumaça sobre um suposto acordo que teria sido firmado ainda em 2022 no qual se desincompatibilizaria para concorrer ao Senado e passaria a faixa governamental para o vice Felipe Camarão (PT) disputar a eleição sentado na principal cadeira do Palácio dos Leões. Ao empurrar para ano que vem as discussões sobre o assunto, Carlos Brandão deixa no ar o que vem sendo especulado nos bastidores da política local: Camarão pode está sendo fritado.
Pelo visto, ainda tem muita água para passar por debaixo dessa ponte.
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