Segundo reportagem da revista “Veja” do dia 5 de novembro, integrantes do Ministério do Trabalho cobram propina para liberar repasses para ONGs.
De acordo com a publicação, funcionários exigiriam comissão de 5% a 15% do valor dos convênios para resolver supostas “pendências”. O foco dos convênios era a realização de cursos sobre capacitação profissional.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) determinou a abertura de uma investigação interna e afastou o coordenador-geral de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. Lupi também pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue as denúncias.
Santos e o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), que até outubro era assessor especial de Lupi, são apontados pela revista como integrantes do esquema de extorsão. Os dois não foram localizados.
Lupi disse que “não vê fundamento” nas acusações. “Denúncia em que o denunciante não aparece é algo que nos deixa na dúvida de saber qual o interesse da denúncia. Quem denuncia tem que apresenta provas”, disse.
A situação de ministro, porém, se agravou após um site do Maranhão divulgar imagens que contrariam a versão de que ele não teria usado, em 2009, um avião providenciado por Adair Meira, dono de ONGs com convênios com a pasta.
O ministério havia dito que Lupi se deslocou em um avião modelo Seneca. A foto o mostra, entretanto, descendo de uma aeronave modelo King Air, a mesma que, segundo a “Veja”, teria sido providenciada por Meira.
Lupi também negou na Câmara dos Deputados que conhecesse Meira, um vídeo divulgado na no site da “Veja”, porém, mostra imagens dos dois juntos.
O Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA, na pessoa do Presidente José Maria Correa Nascimento, e Raimundo Nonato Costa, diretor, encaminhou um ofício da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia ao petista, pedindo a exoneração da diretoria do BASA. A instituição financeira possui cerca de 3.000 mil empregados, opera com o Fundo Condicional do Norte, chamado FINOR, uma das fontes de recursos mais importantes, e tem 69 anos de existência. 96% das ações estão sob o controle da União, é um Banco Federal, Sociedade de Economia Mista. Sendo que o controle é praticamente completo do Governo Federal. No entanto,segundo o parlamentar, o BASA vem sendo tratado de maneira inadequada pela sua Diretoria.
“Sabemos a importância que tem o Banco da Amazônia. Vejam bem: Em 2004, o Banco tinha uma Carteira de Crédito junto ao Banco Santander. O que fez a Diretoria? Mudou para o Banco Santos, aquele que faliu. E dessa forma, causou prejuízos que envolvem recursos da ordem de R$ 400 milhões. Ainda em 2004, a diretoria do Banco da Amazônia contratou uma empresa chamada Cobra Tecnologia para fazer a modernização do Parque Tecnológico do Banco da Amazônia, isto é, para fazer a mesma coisa que fizeram com o Banco do Brasil. Sete anos se passaram e a tecnologia do banco continua sendo uma das piores do Brasil, não andou, não conseguiu resolver, e os investimentos infelizmente foram em vão. Além disso, a diretoria do banco resolveu fechar as agências do Rio de Janeiro e de Porto Alegre na contramão daquilo que se propõe ao banco, que é fazer dele um referencial internacional. Ora, o Banco da Amazônia trata de investimentos numa das áreas mais cobiçadas do mundo, que é a Amazônia, da qual o Maranhão faz parte, que é a Amazônia Legal. Ao invés de propor a sua expansão, o banco resolveu encolher a sua rede, tirando e desativando agências em localidades que eram importantes para a capitação de recursos para o Banco da Amazônia” protestou Bira.
O deputado informou que apesar dos outros bancos públicos, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal possuírem uma assessoria própria, a diretoria do BASA terceirizou a Assessoria Jurídica do Banco, precarizando a defesa que o banco necessita ter frente às suas adversidades. E para finalizar todos os desmandos, mudou o foco da instituição.
“O banco, em vez de fortalecer o foco dos seus investimentos num fomento do desenvolvimento da região amazônica, resolveu focalizar a disputa no mercado de varejo, no mercado financeiro. O Banco da Amazônia é para o fomento, é para fortalecer o crédito, sobretudo para as atividades produtivas na região, garantindo a sustentabilidade também ambiental e social no Maranhão. Portanto, eles trazem elementos importantes que fundamentam muito bem a proposição que os empregados do banco estão fazendo em relação à sua diretoria, isto é, estão pedindo, a exoneração de toda a diretoria cujo descaso se comprova em razão da greve, porque nenhum banco passou mais de 50 dias em greve, só o Banco da Amazônia, tamanho o descaso da sua diretoria em relação aos funcionários, em relação à sociedade que precisa do Banco da Amazônia. Reforço aqui o pleito que a diretoria do sindicato nos traz, juntamente com os empregados do banco, para que isso seja visto. Faço um apelo a nossa presidente, que eu sei que tem sensibilidade para isso, a Presidente Dilma Rousseff, que certamente recebeu esse documento que é dirigido a ela e seguramente haverá de dar resposta.” Finalizou o petista.
Carlos Madeiro
Do UOL Notícias
Igor desmente Lupi e nega que PDT tenha pago alguel de aviões |
O presidente do diretório regional do PDT no Maranhão, Igor Lago, negou nesta quarta-feira (16) que o partido e o então governador do Maranhão, Jackson Lago, tenham pagado por aluguéis de aviões para viagens do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, no Estado em 2009.
O deputado Roberto Costa (PMDB) voltou a cobrar nesta manhã o paradeiro de R$ 73 milhões transferidos para prefeitura de São Luís pelo governo do Estado em 2009.O parlamentar cobrou do prefeito João Castelo e de sua porta voz na Assembleia Legislativa, deputada Gardênia Castelo (PSDB) uma resposta às acusações sobre o sumiço do dinheiro.
A sessão desta manhã começou com a excpectativa de que a parlamentar apresentasse os esclarecimentos sobre o destino do recurso, mas ela simplesmente não compareceu e nem justificou a ausência.
O recurso foi repassado para o município, através de convênios, no final do governo Jackson Lago, para a construção de dois viadutos, espansão da Litorânea e asfaltamento de ruas e avenidas, mas sumiu e ninguém sabe onde parar.