Rubens
Pereira Jr
Na semana que passou, numa tentativa desesperada de
procurar o que criticar, o jornal da família que governou o Maranhão por 50
anos decidiu criticar as ações do governo do estado voltadas à população mais
pobre. Segundo o editorial do jornal, a população mais carente é “fácil de ser
convencida e manipulada”. Tal editorial só pode mostrar uma visão extremamente
distorcida do que seja serviço público.
No Domingo de Páscoa, em sua coluna neste Jornal
Pequeno, o governador Flávio Dino comentou a exaltação bíblica do servir. É o
que explica a passagem, celebrada anualmente por cristãos durante a Semana
Santa, em que Jesus lava os pés de seus apóstolos. Que bela mensagem bíblica do
servir nosso governador resgatou. Foi a mesma passagem resgatada nas duas últimas
Páscoas pelo Papa Francisco, quando foi às ruas lavar os pés dos cidadãos mais
comuns.
Referimo-nos a esta mensagem também ao pronunciar
uma palavra simples, que usamos quase todos os dias, quase nunca atentando a
seu sentido: servidor público. O que significa essa palavra senão a pessoa que
escolhe para si a missão de servir a todos por meio de sua dedicação
profissional ao Estado?
Infelizmente, tornou-se repetitivo o inverso:
desvios de recursos que deviam servir ao bem comum, em benefício próprio, cometidos
por oportunistas que ocupam temporariamente ou de forma permanente o cargo de
servidor público. É um largo e triste histórico que remete a tempos coloniais
e, portanto, imemoriais. Por sorte, cada vez mais, esses casos não conseguem
encontrar o impune conforto da escuridão e são trazidos à luz pelos órgãos de
controle do Estado brasileiro nascidos no processo de democratização. Mesmo
sabendo que estão sendo combatidos diariamente, esses atos repetidos não nos
deixam de encher de nojo.
Diante do asco revolvido diariamente nos jornais é
difícil manter em mente o exemplo da beleza do servir público. Mas é justamente
o que devemos buscar, sob pena de achar que não vale a pena buscar a melhora de
condições de vida das pessoas por meio da ação coletiva e voltar à barbárie do
cada um por si. Como disse nosso governador esta semana, a “indignação
permanente com a injustiça” é dever de todo servidor público.
No Maranhão, temos a sorte de ter em nosso
principal servidor público um exemplo de dedicação e honestidade. Após meio
século como exemplo dos desmandos e desvios dos que deveriam ser guardiões do
serviço público, nada mais merecido.
Liderado por esse servidor, temos um governo que
existe para servir a todos, principalmente os invisíveis, e não interesses
particulares fora da lei. Essa preferência já é a principal marca dos 100 dias
de governo Flávio Dino, que, acredito, já está cravada na imaginação das
pessoas.
Resta um caminho longo ainda a se construir, para
que possamos dar condições dignas de vida a todos os habitantes desta terra
abençoada por Deus. Mas os primeiros passos dessa longa caminhada já começaram
e na direção correta.
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