Após
visita ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas nesta segunda-feira (13), o
deputado federal Simplício Araújo
(Solidariedade/MA) afirmou que o grupo Sarney é o único que possui real
conhecimento do que ocorre dentro da penitenciária. Segundo informou, houve direcionamento
da visita, o que impediu os deputados e senadores de conhecerem as alas em
estado degradante. Diante disso, o parlamentar exige intervenção no sistema
penitenciário. De acordo com Simplício, os presos das alas mais problemáticas
estão fazendo greve de fome. “A intervenção é o melhor caminho para que se
possa resolver o caso”, defendeu.
“Só
mostraram as alas que foram reformadas recentemente. Dessa forma, fica difícil
apontarmos soluções para minimizar o caos que ali se instalou. Estão escondendo
o problema e quero saber por que estão fazendo isso. Só quem pode ter acesso é
o grupo Sarney, o que faz acreditarmos, infelizmente, que tudo continuará na
mesma situação”, apontou o deputado.
Simplício
afirmou que um descuido na segurança permitiu que jornalistas conseguissem ter
acesso ao lado sombrio da penitenciária: presos se amontoavam em celas vivendo
em condições desumanas. O descuido mostra que a segurança continua falha.
“Enquanto os parlamentares eram apresentados a celas com colchões e presos
usando uniforme, a segurança, falha por sinal, permitiu que a imprensa
conhecesse a real situação em que se encontra Pedrinhas”, completou o
parlamentar maranhense.
Dentro
da unidade, onde 62 presos foram mortos desde o ano passado, detentos
reclamaram que a Secretaria de Administração Penitenciária maquiou a situação
dentro do local, encaminhando presos para outras prisões. Mesmo assim, a
situação observada era de precariedade nas celas, e havia superlotação. Os
presos afirmaram que são vítimas de tiros de armas de bala de borracha e que
não têm assistência médica dentro do complexo.
“Como
a oposição vai contribuir e dar alguma solução se fomos impedidos de ver a
situação?”, questionou. Segundo o deputado, a população precisa entender que o
primeiro passo para que se evitem outras tragédias é melhorar o sistema
penitenciário, até porque a ordem para os ataques partiu de dentro do presídio.
Além da visita direcionada de hoje, Simplício também citou o fato de terem
barrado a deputada estadual e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa do Estado, Eliziane Gama, que tentou, junto com membros
da sociedade civil ligados aos direitos humanos, ter acesso ao presídio.
Por
fim, Simplício ressaltou que não existe nenhuma autoridade fora do grupo Sarney
que tenha acesso ao problema. “Estão fazendo politicagem com a situação. Quem
pode garantir que não vai acontecer de novo? Como podemos contribuir se o
governo só dá acesso pra quem está fazendo politicagem?”
De acordo com o presidente da comissão de direitos humanos da OAB, Luiz Antonio
Pedrosa, é para evitar que o Estado tente maquiar a situação das unidades que
são necessárias as visitas surpresas. Na última sexta-feira (10) o governo do
Maranhão impediu a entrada da comissão de direitos humanos da OAB e da
Assembleia Legislativa.
Relacionado
0 Comentários