Na reta final para a definição do candidato que representará o grupo liderado pelo governador Flávio Dino na sucessão estadual, o pré-candidato do PDT, Weverton Rocha continua mandando recado através de vídeos postados diariamente em grupos de WhatsApp que seu projeto pessoal não tem recuo e que não desistirá da disputa pelo Governo do Estado na eleição de outubro próximo.
Pelo que tem afirmado nas redes sociais, o senador pedetista manterá sua candidatura independente da opção de Flávio Dino (PSB) pelo vice-governador Carlos Brandão, o que leva a crê que ele não abrirá mão de concorrer ao cargo de governador ainda que seja para desempenhar papel de simples coadjuvante, com o risco de sair do pleito do mesmo tamanho do senador Roberto Rocha (sem partido).
Ambicioso, Roberto, que se elegeu porque o então candidato a governador Flávio Dino fez apelo aos seus eleitores para votar no candidato a senador do grupo, achou que os votos que recebeu em 2014 eram fruto de sua liderança, rompeu com o governador, se lançou candidato em 2018 e obteve votação pífia, apenas dois por cento dos sufrágios.
Agora, como o governador já anunciou publicamente apoio a seu vice Brandão e não pretende mudar de posição, Weverton pode repetir o mesmo fiasco de Roberto. Por outro lado, seria mais conveniente o senador pedetista ser mais claro e afirmar aos seus apoiadores e ao público de um modo geral que sua decisão de concorrer ao governo está tomada, sem possibilidade de recuou, ao invés de ficar mandando recadinhos em rede social que “foguete não dá ré”.
Assim como Roberto, Weverton tem revelando ser um péssimo perdedor. Não conseguiu reunir as condições para ser o escolhido do grupo, não desfruta da confiança da maioria dos dirigentes de partidos que integra a aliança governista e muitos chegam a duvidar dos verdadeiros propósitos de seu ambicioso projeto “comigo tu vai ser mais feliz”, falado ao pé de ouvido de prefeitos e lideranças políticas.
Diante do que se tem observado nos bastidores da sucessão, o encontro da próxima segunda-feira (31) entra em sua reta final com um desfecho previamente anunciado. Como as conversações sobre a possibilidade de unidade do grupo não prosperaram ao logo dos últimos sessenta dias e Flávio Dino não pretende mudar de posição, tudo indica que haverá um racha com consequências imprevisíveis.
Para o deputado estadual Duarte Júnior (PSB), a unidade do grupo foi quebrada na eleição municipal de 2020 quando o grupo liderado pelo governador apresentou seu nome para concorrer à Prefeitura de São Luís e no segundo turno o senador do PDT se empenhou e arregimentou aliados para o palanque do adversário Eduardo Braide, do Podemos, partido da base de sustentação do governo Bolsonaro.
“Quem quiser pode se iludir, mas essa unidade pretendida já não existe mais desde a eleição municipal”, observou Duarte, maior vítima da trairagem do senador do PDT e sua turma, em recente entrevista ao programa Contraponto, da Rádio Timbira AM.
Ciente de que se quiser ser candidato terá que formar seu próprio grupo, o senador do PDT esteve nesta quarta-feira (26) em São Paulo reunido com o ex-presidente Lula, festejou nas redes sociais, mas não deu qualquer indicativo se sua proposta de aliança PDT/PT para as eleições de outubro próximo no Maranhão tenha recebido sinal positivo do líder petista, que tem no estado o governador Flávio Dino como seu principal aliado. Dino inclusive é um dos principais defensores da aliança nacional PT/PSB, partido que terá como candidato o vice-governador Carlos Brandão.
Weverton festejou a fotografia ao lado de Lula como se fosse um título de campeonato conseguido com um gol na prorrogação, mas para quem acompanha os bastidores da sucessão não resta dúvidas que a tentativa do senador do PDT retirar o PT do palanque do PSB no Maranhão não prosperou, pois se tivesse alguma sinalização positiva do líder petista, aliados teriam antecipado o carnaval. Pelo andar das articulações, “meu preto” perdeu mais essa batalha.
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