A Polícia Federal do Maranhão deflagrou nesta quarta-feira (20) a Operação Odoacro, que investiga uma associação criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ligada ao governo federal.
O suspeito de ser o líder do grupo e comandante do esquema é o empresário Eduardo José Barros Costa, apelidado de “Imperador”.
Um dos endereços do Imperador alvo de busca e apreensão foi uma residência do empresário localizada no mesmo condomínio onde o senador e pré-candidato Weverton Rocha (PDT) possui uma mansão avaliada em mais de R$ 5 milhões.
Vale lembrar que além de aliado do Imperador, Weverton foi um dos homens citados em um esquema de corrupção envolvendo prefeituras municipais e recursos do chamado Orçamento Secreto.
A Codevasf foi um dos principais órgãos do governo abastecido com verbas do chamado Orçamento Secreto. Por meio do mecanismo, parlamentares destinam recursos de forma anônima, para supostamente beneficiar cidades onde eles possuem bases eleitorais. Prefeitos maranhenses teriam fraudados dados da Saúde para obter os recursos e apoiar candidatos.
Maranhãozinho, Roberto Rocha e Aluísio Mendes
Com voto declarado em Weverton, outro parlamentar maranhense, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), também já teve seu nome relacionado a ações irregulares via Codevasf. Maranhãozinho empenhou mais de R$ 75 milhões em emendas para ações da autarquia federal, sendo que a autarquia federal já vinha sendo investigada por esse tipo de destinação vultosa.
Outros dois políticos influentes na Codevasf são o deputado federal Aluísio Mendes (PSC) e o senador Roberto Rocha (PTB).
Ex-secretário de Roseana Sarney (MDB), Aluísio é padrinho do superintendente da Codevasf, Celso Dias, que teve seu nome envolvido em um escândalo de fraudes na compra de caminhões de lixo.
Já Roberto Rocha virou notícia ao ser lembrado como mentor da indicação de um diretor da Codevasf, Antonio Rosendo Neto Júnior. Rosendo foi listado como um dos beneficiados com R$ 3 milhões repassados pela empresa, para abastecer políticos do centrão, manobra conhecida como Bolsolão.
0 Comentários