O debate
sobre os avanços sociais do estado marcou a noite de homenagens da 7ª Edição do
Prêmio José Augusto Mochel. Ao relembrar a trajetória combativa dos que
receberam a premiação, os homenageados pontuaram a necessidade de continuação
das lutas para estabelecer avanços sociais no estado.
Ao abrir
a cerimônia de premiação, o ex-deputado federal Flávio Dino falou da vida e das
lutas dos homenageados in memorian. “A trajetória das vítimas do
processo da luta democrática e popular devem continuar a ser representadas por
nós, a continuidade de nossas lutas imprime um sentido a tudo e todo o exemplo
que nos foi deixado”, disse Flávio Dino.
Às
vésperas de completar 50 anos desde o Golpe Militar, que entre outras marcas
deixou a opressão, as homenagens póstumas aos líderes camponeses Epaminondas
Gomes de Oliveira e Nonatinho Alves da Silva foram marcadas por emoção e
reconhecimento. Familiares desses maranhenses foram receber a homenagem.
O
presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry, avaliou o momento como uma
oportunidade de reavivar os ideais que nortearam a luta pela liberdade no
Maranhão. “É um orgulho para o nosso partido ouvir os relatos de histórias de
vida marcadas pela coerência com os princípios que continuam a nos inspirar
hoje na busca da construção de uma nova realidade social em nosso estado”.
A
representante do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu,
Ângela, relatou que a luta das quebradeiras, tal qual a de outros movimentos
sociais têm em comum a pauta da superação das desigualdades que ainda marcam o
Maranhão.
“Quando
lutamos contra o sistema que expulsa os trabalhadores do campo, em detrimento
da valorização da economia rural, da agricultura familiar, reivindicamos a
mudança na realidade social de cada trabalhador, esteja ele no campo ou não,”
disse Ângela, filha de quebradeira de coco.
Jacó,
militante histórico do PCdoB e homenageado com a 7ª edição do prêmio, afirmou
que este é um momento decisivo na luta da esquerda pela superação das
desigualdades sociais.
“Já
lutamos para ter sindicatos, que os militares e seus comandantes proibiam no
Maranhão. Esse momento é de lutar para mudar esse Maranhão que ainda tem tanta
coisa que precisa melhorar e essa luta dos trabalhadores está representada hoje
pelo Flávio Dino,” disse.
Outras
personalidades maranhenses também foram homenageadas no evento, entre elas, o
jornalista Aldionor Salgado, o ex-deputado Julião Amim, a advogada e militante
dos direitos humanos Josiane Gamba e o bispo de Imperatriz Dom Gilberto
Pastana.
A
cerimônia de entrega das premiações coteve a participação dos deputados
estaduais Othelino Neto, Raimundo Cutrim (PCdoB), Rubens Pereira Jr (PCdoB),
Bira do Pindaré (PCdoB) e Simplício Araújo (SDD). Gerson Pinheiro, Elba Mochel
(viúva de Augusto Mochel), Francisco Gonçalves, Rose Salles e Wagner Lago
também prestaram homenagens aos escolhidos para a premiação.
No
discurso de encerramento, Flávio Dino lembrou que a trajetória de todos os
homenageados representa um arco da história que deverá acompanhar as lutas
futuras de todos que desejam um Maranhão melhor.
Dino
afirmou que a reunião anual, nos meses de dezembro, faz que com os
representantes das lutas sociais no Maranhão reflitam sobre o passado, com os
olhos para o futuro: “Homens e mulheres que fizeram a luta pelos trabalhadores
vem aqui e narram tantas histórias de combates pelo bem. São essas pessoas que
queremos reunir pela mudança no Maranhão,” finalizou.
Relacionado
0 Comentários