Foi uma segunda-feira arrasadora para o prefeito de São Luís, Eduardo Braide: perdeu o comando do Podemos, seu candidato a presidente da Câmara Municipal, vereador Gutemberg Araújo, desistiu da disputa e declarou apoio ao adversário Paulo Victor e, para completar o dia, os rodoviários cumpriram as ameaças e anunciaram paralisação de suas atividades, o que provocará enorme transtorno à população usuária do transporte público.
O prefeito, que se elegeu afirmando está pronto para administrar São Luís, maior colégio eleitoral do estado, cometeu erro grave ao tentar interferir na eleição para presidente da Câmara, pois deveria saber que o histórico de eleições no parlamento municipal recomenda que prefeito se mantenha distante, pois os vereadores não admitem interferência externa em seu processo sucessório.
Braide deveria saber que nas últimas décadas nenhum antecessor seu conseguiu interferir para fazer valer prevalecer sua vontade sobre o processo eleitoral interno e os que tentaram romper essa tradição acabaram se decepcionando. Ciente disso, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Junior, por exemplo, em nenhum momento tentou se intrometer no processo sucessório da Câmara ou assumir defesa de candidato, como fez Braide.
O prefeito também jogou muito mal dentro de casa. Sem vida partidária mais ativa, esqueceu de trabalhar para formar a nominata do Podemos, o que desagradou a direção nacional ao ponto de destituí-lo do comando e entregar a presidência da Comissão Provisória ao deputado estadual Fábio Macedo, apoiador declarado da pré-candidatura de Carlos Brandão ao governo.
O prefeito acusou o golpe e foi às redes sociais tentar justificar sua queda da direção do Podemos e acusar uma suposta falta de transparência na mudança dos rumos do partido no Maranhão. De fato, o Podemos sob a direção de Fábio Macedo deve tomar outro rumo, pois o partido estaria sendo prometido para apoiar o pré-candidato do PDT, Weverton Rocha, que viu a legenda escapulir em mais um revés ao seu projeto político.
Como se não bastasse seu candidato desistir da presidência da Câmara e a perda do controle do Podemos, os rodoviários, após 42 dias tentando negociar a concessão de direitos não cumpridos pelos patrões, paralisaram 100% suas atividade, o que causará ao prefeito enorme desgaste junto a população, a mais prejudicada com a inércia da Prefeitura de São Luís em encontrar uma solução definitiva para o problema dos transportes.
0 Comentários