Paulo Roberto, Lobão e Roseana anunciando a Refinaria Premium |
Primeiro delator da Lava Jato, o
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou em 80
depoimentos que se estenderam por duas semanas, entre agosto e setembro, uma
lista de 28 políticos – que inclui ministro e ex-ministros do governo Dilma
Rousseff (PT), deputados, senadores, governador e ex-governadores.
Há nomes que até aqui ainda não
haviam sido revelados, como o governador do Acre, Tião Viana (PT), reeleito em
2014, além dos deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José
dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano
(PP-RS). Entre os congressistas, ao todo foram mencionados sete senadores e
onze deputados federais.
Sobre vários políticos, o ex-diretor
da estatal apenas mencionou o nome. Não revelou valores que teriam sido
distribuídos a eles ou a suas agremiações.
Primeiro escalão – A lista inclui também o ex-ministro
Antonio Palocci (PT), que ocupou a Esplanada nos governos Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma; os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o atual ministro de Minas e Energia,
Edson Lobão, e ex-ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mário Negromonte
(Cidades).
Os 28 nomes são exclusivamente de políticos
que teriam sido beneficiários dos negócios da diretoria de Costa. A Polícia
Federal e a Procuradoria da República trabalham com outros nomes de políticos
que se relacionavam com os ex-diretores da estatal Renato Duque (Serviços) e
Internacional (Nestor Cerveró).
Alguns nomes dessa lista também
aparecem na relação fornecida pelo doleiro Alberto Youssef, que firmou acordo
semelhante – ainda não homologado pelo ministro Teori Zavascki, do STF. O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar os envolvidos no
esquema de desvios da estatal em fevereiro, quando tem início a nova
legislatura.
A delação do ex-diretor da Petrobras,
já homologada pelo Supremo, estava com Janot desde novembro. Ele aguarda o teor
do depoimento de Youssef para cruzar os nomes citados, o que deverá ser
realizado até o início da próxima legislatura.
Foro – Na troca da composição do Congresso,
alguns dos citados perdem foro privilegiado e passam a ser julgados pela
Justiça de primeira instância. Por decisão do ministro Teori Zavascki, as
investigações permanecem divididas entre a Suprema Corte e a Justiça Federal no
Paraná, onde serão investigados os acusados que não têm mandato.
A investigação desvendou uma trama de repasses a
políticos na estatal. A Lava Jato foi desencadeada em março e identificou a
parceria de Costa com o doleiro Youssef. Na última fase da operação, deflagrada
em 14 de novembro, foram presos os principais executivos e dirigentes das
maiores empreiteiras do País, todos réus em ações penais por corrupção ativa,
lavagem de dinheiro, crimes de cartel e fraudes a licitações.
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