O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), desmentiu uma fake news bolsonarista sobre a chacina ocorrida no Rio de Janeiro no âmbito da Operação Contenção, nesta quarta-feira (29). O magistrado definiu uma publicação falsamente atribuída a ele como “ridícula” e “abjeta”, denunciando a “mentira absurda, mal escrita e criminosa” e o uso político da desinformação em meio à crise de segurança pública no estado.
A publicação falsamente atribuída a Dino afirmava que ele teria chamado a operação de “um dos maiores crimes contra a humanidade” e defendido “a desmilitarização das polícias”. O texto também dizia que o ministro tomaria “medidas drásticas contra os criminosos”, em referência às forças de segurança.
“O que a polícia do Rio de Janeiro fez hoje, é um dos maiores crimes contra a humanidade, já vista na face da terra. Tomaremos medidas drástica contra os criminosos! Chegou a hora de discutir sobre a desmilitarização das polícias do país. A população pobre e preta desse país não pode ser refém desse tipo de força”, afirmava a publicação falsa.
Dino repudiou o conteúdo e afirmou que a disseminação de desinformação nas redes sociais segue sendo uma prática criminosa, travestida de liberdade de expressão.
“Em um momento sério da vida nacional, ainda há pessoas que se dedicam à perpetração de mais crimes. E alguns insistem em chamar isso de ‘liberdade de expressão’. Quando são processados, reclamam de ‘perseguição’, ‘censura’ e dos ‘inquéritos que nunca acabam’”, criticou.
O ministro também manifestou solidariedade às vítimas da violência no Rio de Janeiro, incluindo moradores e profissionais da segurança pública.
“Jamais fiz tal postagem. Além de tudo, com erros gramaticais e mal escrita. Também é uma MENTIRA absurda a de que julguei e absolvi a mim mesmo em um processo no STF. Fake news ridícula e abjeta. Em um momento sério da vida nacional, ainda há pessoas que se dedicam à perpetração de mais crimes. E alguns insistem em chamar isso de “liberdade de expressão”. Quando são processados, reclamam de “perseguição”, “censura” e dos “inquéritos que nunca acabam”. Deplorável que desprezem as dificuldades dos moradores, dos profissionais da Segurança e de todos que sofrem no Rio de Janeiro. Estes têm a minha solidariedade e respeito”, escreveu Dino em suas redes sociais.
Pré-candidato ao PT ao Governo do Maranhão, o vice-governador Felipe Camarão estará de volta nesta quarta-feira (29) e quinta-feira (30) ao interior do estado em pré-campanha em mais uma rodada de reuniões do programa “Diálogos pelo Maranhão”, onde irá discutir com lideranças de Tuntum e Capinzal do Norte, questões relacionadas ao desenvolvimento do Maranhão.
A primeira parada da caravana petista acontece nesta quarta-feira em Tuntum, às 17h, no Clube Três Irmãos quando reunirá com líderes, dirigentes de entidades e populares para discutir problemas e soluções da região, o mesmo devendo acontecer na quinta-feira, às 9h, em Capinzal do Norte, no Sindicato dos Servidores Públicos Municipal.
Com aval da direção nacional do PT, Camarão vem desenvolvendo sua pré-campanha ao governo do estado com apoio do PSB e PCdoB, partidos que declararam oposição ao governo de Carlos Brandão (sem partido) após acordos políticos não cumpridos e do escândalos dos áudios gravados clandestinamente com suposta pressão sobre o chefe do Executivo estadual.
Segundo o presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, havia o compromisso de Brandão se desincompatibilizar para disputar uma cadeira no Senado e entregar o comando do estado para Felipe Camarão disputar a reeleição, acordo esse que não será cumprido por conta, segundo ele, de um projeto familiar.
Brandão chegou a dizer que toparia renunciar se Camarão fizesse o mesmo, proposta rejeitada de pronto pelo petista, seguida da afirmação de que será candidato ao governo com ou sem apoio de Brandão. O governador por sua vez já lançou a pré-candidatura do sobrinho e secretários de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), impossibilitando qualquer acordo.
Sem clima para a pacificação na base de apoio do presidente Lula no Maranhão, tudo indica que o chefe da Nação terá múltiplos palanques no estado em sua campanha pela reeleição.

Nesta terça-feira (28), representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estadual se reuniram no Palácio dos Leões, em São Luís, para debater medidas conjuntas de fortalecimento da segurança pública no Maranhão. A reunião foi convocada pelo Governo do Estado em resposta aos recentes casos de violência registrados na Grande Ilha. A criação de um grupo de trabalho e a realização de mutirão para julgamento de processos judiciais foram alguns encaminhamentos do encontro.
Além do governador Carlos Brandão, do secretário de Estado da Segurança Pública, Maurício Martins, e de outros representantes das forças de segurança, participaram do encontro a presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale; o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Froz Sobrinho; o coordenador-geral da Unidade de Monitoramento, Acompanhamento, Aperfeiçoamento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo do TJMA, desembargador Ronaldo Maciel; o defensor público-geral do Estado, Gabriel Furtado; o procurador geral de Justiça em exercício, Orfileno Bezerra, entre outros.
Durante a reunião, o governador Carlos Brandão destacou que a criminalidade tem se expandido em todo o país e citou a situação da segurança pública em estados como Rio de Janeiro, Ceará e os vizinhos Pará e Piauí, que fazem fronteira com o Maranhão. E afirmou que no Maranhão será fortemente combatida. “Estamos ratificando um pacto pela segurança pública, que é um sistema com todos os órgãos. Nos últimos dois meses, foram efetuadas mais de duas mil prisões de indivíduos envolvidos em atividades criminosas, o que tem gerado reações. Na última semana, mais de 100 pessoas foram presas. Como resultado dessas operações, apreendemos mais de uma tonelada de drogas, impactando diretamente o financiamento dessas organizações. O efetivo policial foi intensificado e as operações estão em curso, como a Operação Impacto, que resultou em diversas prisões. Aqui no Maranhão não vamos dar espaço para a bandidagem e, para isso, fizemos esta reunião hoje”, afirmou Brandão.
O governador ressaltou ainda que as ações das forças de segurança do estado já garantiram o bloqueio de mais de R$ 100 milhões pertencentes a organizações criminosas que atuam no Maranhão. Segundo ele, esses recursos serão destinados ao fundo de combate ao crime, em colaboração com o Poder Judiciário e o Ministério Público.
Grupo de trabalho permanente
De acordo com Brandão, a reunião dará origem a um grupo de trabalho permanente para a implementação de ações estratégicas na área da segurança. “Implementaremos medidas repressivas de forma organizada, em coordenação com todos os poderes. Nosso sistema de segurança está monitorando a situação e investindo em tecnologia de ponta, como sistemas de videomonitoramento e inteligência policial. Além disso, estamos convocando novos policiais militares e promoveremos cursos de qualificação para agentes. A inteligência é essencial para desarticular as ações das organizações criminosas”, frisou.
O governador também destacou que o governo irá combater a disseminação de notícias falsas, consideradas criminosas. As autoridades competentes estão investigando os casos e adotarão as medidas cabíveis, uma vez que a propagação de informações inverídicas contribui para o clima de insegurança entre a população.
Pacto pela segurança pública
O presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho, ressaltou que está sendo consolidado um pacto pela segurança pública, envolvendo todos os órgãos competentes, inclusive o Poder Judiciário. “A partir desse alinhamento, priorizaremos ações voltadas ao combate ao crime organizado, abrangendo desde o enfrentamento à disseminação de notícias falsas, que geram instabilidade na comunidade, até o fortalecimento das ações de inteligência, o bloqueio de bens e o combate às fontes de financiamento do crime organizado”, explicou.
Froz Sobrinho defendeu ainda a criação de estratégias para impedir que líderes de organizações criminosas continuem a exercer influência e comandar atividades de dentro das unidades prisionais. Segundo ele, o crime organizado se estende a estados vizinhos — como Piauí e Ceará — e mantém conexões com o Rio de Janeiro, São Paulo e até com redes internacionais.
“É essencial prender os mentores e articuladores desse sistema. Isso requer um esforço integrado de inteligência, envolvendo a Polícia, o Ministério Público e o Judiciário. Já possuímos um plano em andamento, que agora será aprimorado para alcançar esses indivíduos com maior eficácia, especialmente no Maranhão. Consideramos também fundamental a participação da Polícia Federal nesse sistema, devido ao combate ao tráfico internacional e à saída ilegal de divisas do país”, pontuou.
Froz Sobrinho também destacou que os magistrados do TJMA estão preparados para dar agilidade aos processos e informou que o Maranhão registrou um aumento de 115% na análise de processos, sendo um dos estados que mais julgou ações relacionadas ao crime organizado.
Mais recursos para a segurança pública
A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, destacou o ineditismo do diálogo entre todos os poderes para atuação conjunta e enfrentamento das facções criminosas e defendeu ampliar os recursos destinados à segurança pública. “A LOA (Lei Orçamentária Anual) está tramitando neste momento na Assembleia A Assembleia, por isso a importância de pensar nesses investimentos maiores na área. Com ampla maioria na casa, estamos dispostos a aprovar medidas que visem essa ampliação, especialmente em inteligência e no fortalecimento do aparato de segurança pública do Maranhão”, declarou.
A deputada também reforçou a importância da integração entre os poderes e do trabalho conjunto. “Observamos esforços separados do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e do Governo do Estado. O Tribunal propõe mutirões, o Ministério Público demonstra engajamento e o Governo tem realizado investimentos significativos, incluindo a convocação de novos policiais militares e o aumento do efetivo da Polícia Civil. A Assembleia, por sua vez, revogou a cláusula de barreira para agilizar esse processo. E o que estamos vendo aqui é um momento único: de integrar estes trabalhos já feitos pelos poderes”, concluiu Iracema Vale.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (28/10), a Operação Laranja Eletrônica 3, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que atua em Imperatriz/MA no cometimento de fraudes bancárias cibernéticas que resultaram em um prejuízo superior a R$ 100 mil.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Imperatriz/MA.
A Polícia Federal prossegue com as investigações para esclarecer todos os fatos e identificar eventuais outros integrantes do esquema criminoso. Os investigados poderão responder pelo crime de furto mediante fraude.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou, nos bastidores, o que classificou como o “fracasso” das previsões feitas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a atuação do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. A avaliação veio após o encontro presencial entre Lula e o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da 47ª Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
De acordo com a Coluna do Estadão, o clima entre os dois líderes foi positivo, contrariando as apostas bolsonaristas de que Rubio seria um obstáculo às negociações sobre o “tarifaço”. Um integrante do governo brasileiro, ouvido pela coluna, resumiu o sentimento de satisfação com uma frase direta: “Os fatos falam por si”.
Após uma ligação telefônica entre Lula e Trump no início do mês, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) havia celebrado a escolha de Rubio como interlocutor americano, chamando a decisão de um “golaço”. Segundo o parlamentar, o perfil ideológico do secretário de Estado dificultaria as conversas com o Brasil.
Nos corredores de Brasília, porém, o tom foi de ironia. Membros do governo brincaram dizendo que o “filho Zero Três” do ex-presidente “só faz gol contra”, em referência ao otimismo infundado da oposição diante da nomeação de Rubio.
O governo apostava na boa relação entre os dois diplomatas para neutralizar as articulações de Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde o começo do ano tentando promover sanções contra autoridades brasileiras.
O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, também havia minimizado qualquer risco de tensão. Em entrevista à Coluna do Estadão, ele afirmou: “Não preocupa”, explicando que Rubio “agiria de forma técnica e seguiria as orientações do chefe da Casa Branca”.
Essa avaliação se confirmou. Em 16 de outubro, Mauro Vieira e Marco Rubio voltaram a se reunir na Casa Branca, preparando o terreno para o encontro entre Lula e Trump.
Durante a reunião em Kuala Lumpur, tanto Lula quanto Donald Trump descreveram o diálogo como produtivo. “Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver, agora eles estão pagando acho que 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião”, declarou o presidente dos Estados Unidos a jornalistas.
Com o clima amistoso entre os dois líderes, o governo brasileiro interpreta o episódio como um sinal de avanço nas negociações comerciais e de fortalecimento da relação bilateral. Ao mesmo tempo, vê o desfecho como a confirmação de que as previsões bolsonaristas sobre Marco Rubio não se sustentaram.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou que o governo federal realize uma ampla campanha publicitária sobre a transparência e a rastreabilidade das emendas parlamentares. A decisão desta segunda-feira (27) define que a ação ocorra entre dezembro de 2025 e março de 2026, com veiculação em emissoras comerciais, públicas e na internet.
Segundo o g1, o conteúdo da campanha deverá explicar de forma clara e acessível como a população pode acompanhar a execução dos recursos federais destinados por deputados e senadores às suas bases eleitorais.
A decisão de Flávio Dino inclui a obrigatoriedade de exibição das peças na TV Senado, TV Câmara e TV Justiça. O objetivo, segundo o ministro, é ampliar o alcance das informações e incentivar o controle social sobre o destino das verbas públicas. As campanhas devem ter linguagem simples, voltada ao público em geral, e devem orientar sobre como consultar as plataformas oficiais e denunciar possíveis irregularidades.
Em sua decisão, Flávio Dino destacou a importância de democratizar o acesso às informações públicas. “Nesse contexto, impõe-se um esforço consistente de letramento digital, capaz de reduzir a assimetria informacional que exclui aqueles que não dominam os meios de busca, sob pena de a transparência permanecer meramente formal e, portanto, inoperante como instrumento de controle democrático”, escreveu o ministro, de acordo com a reportagem.
A determinação reforça o papel da sociedade na fiscalização das emendas parlamentares, consideradas um dos principais mecanismos de repasse de recursos federais aos estados e municípios.
A decisão é resultado de uma audiência recente no STF, da qual participaram o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério da Gestão e a Advocacia-Geral da União (AGU). Durante o encontro, foram apresentados novos sistemas e ferramentas voltados à transparência e ao acompanhamento das emendas. A iniciativa segue os princípios constitucionais da publicidade e do direito de acesso à informação.
O racha definitivo na aliança que chegou ao poder em 2014 e assumiu o comando do estado em janeiro de 2015 com Flávio Dino comandando uma festa apoteótica da sacada do Palácio dos Leões para anunciar uma nova era no “Maranhão de Todos Nós”, que deixava de ser propriedade do grupo Sarney, que mandou e desmandou ao longo de quase cinco décadas, abre caminho para o fortalecimento da pré-candidatura do prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD).
Políticos bem próximos ao chefe do Executivo da capital ouvidos pelo blog do Jorge Vieira confirmam que Braide, líder nas pesquisas para o governo do estado, aguardava apena o desenrolar da crise no grupo governista para tomar a decisão de trocar o Palácio de La Ravardiere pelo Palácio dos Leões. O projeto já estaria praticamente definido, mas por questões de estratégia somente deverá ser oficializado no início de 2026, no prazo limite para desincompatibilização.
A crise que abalou profundamente a estrutura da base de sustentação política do presidente Luís Inácio Lula da Silva no Maranhão, provocada, segundo veio a público por um grupo de deputados, por não cumprimento de acordos firmado durante a composição da chapa em 2022 quando Carlos Brandão foi confirmado como candidato, deixou completamente vulnerável os dois pré-candidatos: Felipe Camarão (PT) e Orleans Brandão (MDB). Unido, o grupo seria imbatível, rachado presa fácil.
Segundo chegou ao conhecimento do blog, caso houvesse a pacificação na aliança governista, com Brandão entregando o comando do Estado para Felipe Camarão disputar a reeleição com o apoio de todas base e com o presidente Lula no palanque, Braide cumpriria todo seu mandato, pois avaliaria que não teria a menor condições de enfrentar duas máquinas poderosas.
Como se confirmou o que já era esperado: o aprofundamento da crise após com a divulgação de áudios gravados de forma clandestina de deputados ligados ao ex-governador Flávio Dino pressionando para cumprimento de acordos políticos, o que provocou um distanciamento ainda maior entre apoiadores do governador Carlos Brandão dos aliados do atual ministro dos Supremo Tribunal Federal, a conjuntura tomou novo rumo.
Segundo as mesmas fontes, Braide aguarda o melhor momento para anunciar sua participação na corrida ao Palácio dos Leões, avalia que não teria nada a ganhar tomando esta decisão agora, a não ser uma enxurrada de críticas de potenciais adversários, algo que prefere encarar ao longo da campanha.
O fato é que o desfecho da briga que culminou com a implosão do grupo palaciano pode ter jogados pelos ares a possibilidade de sucesso das pré-candidaturas de Orleans, sobrinho do governador, e Felipe Camarão, afilhado político de Dino. E era tudo que Braide desejava antes de decidir entregar o comando da capital para a vice Esmênia Miranda e enfrentar o desafio de concorrer ao governo do Estado.
Resta saber se conseguirá forma grupo para lhe acompanhar nessa arrojada empreitada.