Reportagem de Breno Pires, na Piauí, revela documentos que comprovam que relator do orçamento segue contrariando orientação de transparência do STF, que inicia julgamento sobre inconstitucionalidade do esquema.
Documentos divulgados nesta quarta-feira (7) pelo site da revista Piauí revelam que o esquema montado por Jair Bolsonaro (PL) para comprar base de apoio no Congresso, o chamado Orçamento Secreto, usou laranjas para omitir os nomes dos deputados que receberam recursos via emenda do relator, contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu transparência no processo e que nesta quarta-feira (7) começa a julgar a inconstitucionalidade da ação do governo federal sobre o legislativo.
Reportagem de Breno Pires mostra que em dois documentos recentes, dos dias 8 e 25 de novembro, o relator do orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ) esconde nomes de deputados que receberam cerca de R$ 51 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em um conjunto de 32 indicações assinadas por 20 pessoas diferentes no Sistema de Indicação Orçamentária (Sinorc), criado justamente para dar tansparência às chamadas “emendas de relator”.
Em resposta ao questionamento feito pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA) para saber quem seriam os parlamentares por trás do direcionamento milionário de verbas do SUS, Leal disse que são “autores externos”.
O termo refere-se a pessoas sem mandato que podem apresentar emendas, uma estratégia usada por parlamentares para colocar laranjas para receber o repasse do orçamento secreto sem terem seus nomes revelados.
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