Editorial – Jornal Pequeno
Empresas de
transportes coletivos estão entre as mais lucrativas do mundo. É dinheiro
entrando como água; de manhã, de tarde e de noite. Praticamente não há como
acontecer qualquer defasagem, posto que ninguém pode deixar de se locomover. Já
se sabe, entretanto, que nas negociações em torno da greve dos rodoviários,
todos estão cedendo: a Prefeitura, os motoristas, menos os
empresários.
Na missão de
intermediar as negociações entre patrões e empregados, o prefeito Edivaldo tem
sido firme em sua determinação de não conceder aumento de passagens, a grande
‘reivindicação’ que mantém toda frota de ônibus de São Luís nas garagens. Está
correto o prefeito.
Não se pode
comparar os ganhos de um empresário de transporte coletivo com os de um
motorista ou cobrador ou de qualquer trabalhador que realmente sua a camisa
para sobreviver.
Greve de
concessionária de serviço público é até piada. Mas essa não é mais uma greve
dos rodoviários; é de empresários. E o povo precisa saber disso para saber
contra quem voltar sua raiva. Os empresários estão se aproveitando do dissídio
coletivo de uma categoria para querer auferir mais lucros às custas de mais
despesas e tormentos para o povo de São Luís. Alegam defasagem no preço das
tarifas. Mas a Prefeitura está adotando uma série de medidas para corrigir
ocasionais defasagens no sistema de transportes, como as fraudes, por exemplo.
Mas isso não está bastando. A ganância não deixa. Ou seria algo mais?
Os
empresários querem o incentivo municipal, em torno de R$ 4 milhões. É daí que
viria toda essa intransigência. É por essa razão, pelo lucro desmedido, que
querem obrigar o povo a gastar mais da metade do que ganha apenas com
transporte. E vão comer o que? Catraca de ônibus? Pois, se não sabem, a população
gasta com alimentação, roupa, remédio, escola, hospital, lazer, além de pagar a
maior planilha de impostos do mundo todo.
Está
certíssimo o prefeito de São Luís em não conceder aumento de passagens. Ainda
mais que o serviço prestado por essas empresas deixa a desejar. Ônibus
sucateados, do tempo de Ana Jansen, fedorentos, grande parte sem ar
condicionado, bancos quebrados e furados, poucos ônibus nas linhas. Sem renovar
a frota, sem cuidar da frota, enfiando o povo dentro desses veículos em ‘fim de
vida’ ganham dinheiro como água.
E ainda
querem aumento! O povo que se vire.
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