Divulgada em 21 países, a ação vai mobilizar jovens a dizerem ‘não’ ao
desvio do dinheiro público, além de conscientizar sobre a importância do
Ministério Público no combate à corrupção
Vinte e um países
unidos no combate à corrupção. Esse é o objetivo da campanha “Corrupção, Não!”,
realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) em parceria com a Associação
Ibero-Americana de Ministérios Públicos (Aiamp). A ação deve ampliar o debate sobre
o combate à corrupção, além de conscientizar as pessoas sobre o papel do
Ministério Público no enfrentamento a este tipo de crime.
A campanha “Corrupção
Não!” tem foco na internet e visa atingir, principalmente, jovens de 16 a 33
anos. A ideia é explorar as redes sociais com o uso das hashtags #CorrupçãoNão
e #CorrupciónNo. A escolha do público-alvo levou em conta o potencial
mobilizador da rede e da indignação dos jovens em torno do assunto.
Segundo o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pesquisas recentes da
Transparência Internacional apontam que os jovens são os mais incomodados com a
corrupção. “Eles também são os mais dispostos a encarar as mudanças culturais
necessárias ao enfrentamento da corrupção”, explicou. Ele ressaltou, ainda, que
esta é uma oportunidade para reforçar o papel do Ministério Público brasileiro
no combate à corrupção nas esferas cível, criminal e, ainda, na recuperação de
ativos.
O lançamento da
campanha, que terá versões em português e espanhol, será feito em todos os países
participantes. Para o sucesso e o alcance do público durante os dois meses de
duração, foram criadas diferentes estratégias de engajamento. “Nosso objetivo é
atrair o público para, junto ao MPF, dizer ‘não’ à corrupção”, reforçou a
procuradora da República Anna Carolina Resende, do Centro de Comunicação
Integrada (CCI).
Os Ministérios
Públicos dos países que integram a Aiamp têm forte atuação no combate à
corrupção. A campanha foi um compromisso de Rodrigo Janot na gestão como
presidente da associação. Durante a 22ª Assembleia-Geral da Aiamp, em novembro
do ano passado, no Uruguai, ele apresentou três propostas de campanha
publicitária. Por unanimidade, foi escolhida a opção de declarar “não à
corrupção”, considerada a mais adequada em função da visibilidade e clareza da
mensagem.
Engajamento – A campanha,
que tem como foco a comunicação digital, contará com um hotsite, uma fanpage no
Facebook, conta no Twitter e banners web. Entretanto, o suporte das mídias
tradicionais é fundamental para fortalecer a mensagem da campanha. Para isso,
foram produzidos vídeos e spots de rádio com duração de um minuto e de 30
segundos, mobiliários urbanos, cartazes e adesivos de veículos.
Desvio de verbas – O Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) afirma que a corrupção é o maior
obstáculo ao desenvolvimento econômico e social no mundo. A entidade estima
que, a cada ano, pelo menos US$1 trilhão são gastos em subornos, enquanto cerca
de US$ 2,6 trilhões são desviados. A soma é equivalente a mais de 5% do PIB
mundial.
Segundo a
procuradora-chefe do MPF/MA, Carolina da Hora Mesquita Höhn, a campanha serve
ainda para estreitar os laços com a sociedade e aumentar a percepção de que não
só estamos atentos mas também combatendo efetivamente à corrupção. “Essa é uma
campanha voltada para mudança de comportamento, temos que exercer a cidadania
de combate a corrupção no sentido mais amplo da palavra. Não só aquela
corrupção de oferecer dinheiro a servidor público em troca de vantagem, afinal,
atos de corrupção são praticados por todos, em diversas situações, eles também
são danosos. Então, precisamos mudar essa mentalidade para termos uma sociedade
mais democrática, igualitária e justa”, finalizou.
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