O senador e candidato à reeleição Roberto Rocha (PTB) tentou constranger sua conterrânea, a senadora Eliziane Gama (Cidadania), durante sessão do Senado Federal realizada na semana passada.
O ataque ocorreu quando Eliziane presidia a 84ª sessão ordinária, na última quarta-feira (10). Rocha deslanchava acusações infundadas contra o seu principal adversário nas urnas em outubro, o ex-governador Flávio Dino (PSB), mas excedeu seu tempo de fala e foi advertido pela presidente da sessão. “Vossa excelência já recebeu duas vezes a benevolência desta Presidência com dois minutos a mais. Eu pediria que vossa excelência concluísse a sua fala”, alertou Eliziane exigindo celeridade, já que os parlamentares ainda precisavam debater Projeto de Lei sobre alteração nos limites da Floresta Nacional de Brasília. Roberto Rocha respondeu com rispidez: “a senhora não estava ouvindo o meu pronunciamento, porque eu já disse até obrigado”, proferiu enquanto participava de forma remota. Eliziane não comprou a briga com Rocha e ignorou o ataque: “então, está bom. Muito obrigada também ao senhor, seguiremos aqui aos demais inscritos”, disse Gama dando continuidade aos trabalhos da Casa. Medo das vozes femininas – Nos bastidores, o comportamento de Rocha foi encarado como nova demonstração de que o petebista odeia a participação das mulheres na política. No ano passado, Roberto Rocha reclamou da pressão da bancada feminina por maior participação na CPI da Covid. “Com o devido respeito, a CPI da Covid discute questões de interesse de toda a sociedade, não apenas das mulheres”, disse à época Rocha. Nessa mesma época, Eliziane foi alvo de Roberto Rocha por criticar a condução que o governo Jair Bolsonaro (PL) deu à pandemia. “Só não entendo por que tanto medo das vozes femininas”, emendou Eliziane Gama na ocasião. Elefante Branco em Imperatriz – Rocha alega que Flávio Dino quer usar “os rigores da lei” contra prefeitos maranhenses envolvidos no chamado Orçamento Secreto, manobra criada pelo governo Bolsonaro para conquistar adesão no parlamento. A estratégia estaria sendo largamente utilizada por senadores maranhenses – incluindo o próprio Rocha – para conquistar apoio eleitoral de prefeitos maranhenses. Denúncia da imprensa nacional apontam que os prefeitos alteravam números da Saúde municipal para ter acesso a recursos do orçamento secreto, que chegam por meio estatais como a Codevasf. Várias obras da Codevasf foram apadrinhadas por Rocha, entre elas, a obra da Ceasa de Imperatriz. Em abril desse ano, o jornal Folha de São Paulo denunciou que a obra inacabada e com orçamento milionário seria um “elefante branco do governo Bolsonaro” no Maranhão.
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