A deputada estadual Mical Damasceno (PSD) pode acabar perdendo o mandato na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema), por incentivar os ataques de vandalismo registrados em Brasília, no último domingo (8).
Mical é alvo de uma petição online criada pelo professor e músico maranhense, Wesley Sousa Corrêa. No abaixo-assinado, o educador diz que a deputada estadual “aplaudiu” os atos extremistas em Brasília, “compartilhando vídeos e textos que parabenizavam os criminosos”.
Até esta terça-feira (10), quase 1.800 pessoas já haviam assinado a petição pela cassação de Mical Damasceno. Candidato a deputado federal não-eleito pelo Cidadania em 2022, Wesley Sousa alega que o Poder Legislativo maranhense não pode permitir em seu quadro parlamentar, “uma pessoa que apoie” crimes contra o processo democrático. .
“Cabe à Assembleia Legislativa do Maranhão não permitir que um de seus parlamentares, que deveria cumprir honradamente os deveres da função, seja um propagador e patrocinador de crimes e do caos”, aponta Wesley Sousa.
Postagens apagadas – Durante as cenas de terrorismo protagonizadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insatisfeitos com o resultado das urnas, a deputada Mical Dasmasceno teria feito diversas postagens defendendo os ataques criminosos. Mas ao menos uma dessas postagens foi salva e repostada por outros usuários da internet. No vídeo, é possível ouvir Mical dizer “entramos” e que a invasão ao Palácio do Planalto “vai entrar para a história”.
“Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos e dos meus bisnetos, a história que vocês podem contar. A casa é nossa. Entramos”, disse a deputada no vídeo.
Uma das pessoas que republicou o vídeo de Mical Damasceno, foi o advogado e professor universitário maranhense, Thiago Viana.
“Eu gravei” Questionada nas redes sociais pelo deputado estadual eleito Carlos Lula (PSB), se havia ou não defendido os atos em Brasília, Mical Damasceno respondeu:
“Manifestações sim; mostrar a força do povo; mas discordo totalmente sobre qualquer ato de vandalismo”.
Após as críticas contra o apoio ao vandalismo em Brasília, além de apagar a postagem Mical tentou contornar o mal-estar com outra publicação, dessa vez defendendo que é
necessário “buscar a justiça de forma democrática, respeitando às leis, sem depredação às instituições”.
Entretanto, alguns internautas não ‘engoliram’ a fala moderada da parlamentar. “A deputada viu a repercussão e apagou a postagem no Instagram, mas ela terá de se explicar para a Alema e para a sociedade. Eu gravei”, disse o advogado e professor universitário maranhense, Thiago Viana.
Ainda no domingo, após a repercussão dos atos antidemocráticos em Brasília, a Alema publicou nota de repúdio, onde diz que “em um ambiente democrático, toda e qualquer manifestação de caráter golpista e autoritária merece nosso mais profundo repúdio.
De acordo com o artigo 286 do Código Penal brasileiro, incorre em crime o ato de incitar publicamente práticas criminosas, com pena de até seis meses de prisão.
Mical Damasceno é defensora confessa do bolsonarismo no Maranhão. Em sua biografia ela se classifica como “cristã” e “conservadora em defesa da família”.
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