Em entrevista ao jornal Valor, nesta segunda-feira (18), o ex-governador Flávio Dino (PSB) disse que a eleição presidencial será um plebiscito sobre se Jair Bolsonaro deve continuar ou não governando o país. Segundo Dino, nas eleições de 2022, ao contrário de 2018, o tema dominante não será PT ou anti-PT, mas se Jair merece mais quatro anos.
“O povo sabe que uma reeleição é um plebiscito, se o presidente deve continuar ou não. A chave predominante da eleição não será PT e anti-PT, essa foi a chave em 2018. A chave predominante agora, quem está em julgamento, é o Bolsonaro. A pergunta que vai decidir a eleição é: Bolsonaro merece mais quatro anos ou não? Pode botar todo o dinheiro do orçamento secreto, ele vai perder a eleição. Agora vai ser um baile? Vai ser massacre? Acho que não, tem muita disputa.”
Sobre a possibilidade da chamada terceira via viabilizar um nome que ameace a polarização entre Lula e Bolsonaro e ultrapasse o presidente na disputa pelo segundo turno, Flávio Dino não descartar essa possibilidade, assim como o crescimento de Ciro Gomes (PDT), mas observou que a alternativa de uma terceira via só cresce disputando no campo da direita.
“Ainda temos uma margem de imprevisibilidade que joga contra o Bolsonaro que é a possível consolidação de uma alternativa de terceira via, ou mesmo o crescimento do Ciro [Gomes, do PDT]. Qualquer coisa que se consolide fora do bolsonarismo atrapalha o crescimento dele. A terceira via só cresce disputando pelo campo da direita. O que drenou a energia vital do pensamento de centro-direita no Brasil não foi o Lula, não foi a esquerda, foi a extrema direita, foi o bolsonarismo. Ela [terceira via] tem que de fato combater o bolsonarismo na eleição de 2022, e para ter sobrevivência no futuro. Eu espero que eles tenham êxito, porque Bolsonaro perderá, mas nós precisamos que também o bolsonarismo volte para a sua casinha. [Precisamos] que o demônio volte para o inferno. Para isso, é preciso que haja mais exorcistas em ação”, disse Dino
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