Blog do Gilberto Lima
Nada contra a implantação de novos
espaços públicos de lazer para a população de São Luís. O que não podemos é nos
conformar com obras concebidas sem levar em consideração as reais necessidades
da maioria da coletividade. Em uma cidade que sofre, há muitos anos, com
problemas de infraestrutura e de mobilidade urbana seria interessante que os R$
32 milhões gastos com a obra do espigão costeiro, na Ponta D’Areia,
fossem destinados a resolver esses problemas. Nem bem foi inaugurado, o
espigão já mostra que, em pouco tempo, terá grande parte engolida pela areia.
O blog conversou
com especialistas sobre o principal problema enfrentado pelo espigão costeiro.
A falha principal pode ter ocorrido na concepção do projeto, que deveria ter
aumentado em cerca de 50 cm a altura do espigão. Isso evitaria o avanço da
areia sobre o leito de passeio da obra. Para evitar esse avanço natural da
areia, a prefeitura de São Luís teria de gastar algo em torno de R$ 500
mil/mês, um valor infinitamente superior ao que é gasto para a limpeza de todo
o trecho da orla da Avenida Litorânea. Um trabalho que seria em vão, pois a
previsão é que 1/3 do espigão está condenado a ser engolido pelo avanço natural
da areia. Seria como a atividade de enxugar gelo. Mais desperdício de dinheiro
público.
Portanto, a Prefeitura de São Luís não pode pagar pela manutenção
de obra mal concebida pelo governo de Roseana Sarney. Esse meio milhão que o
município gastaria na retirada de areia permanente vai fazer falta, por
exemplo, ao programa ‘Prefeitura nos bairros’ que vai levar asfaltamento a
todas as áreas da capital.
Se a obra foi mal projetada, ou se
houve alteração no projeto original, cabe aos órgãos de controle uma
fiscalização rigorosa para apurar as possíveis irregularidades e desvios.
Afinal, foram empregados mais de R$ 30 milhões em uma obra fadada a ser
engolida por dunas da Ponta D´Areia.
Que não se
responsabilize a prefeitura por mais esse descaso do governo Roseana Sarney.
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