O ministro Flávio Dino começou a se despedir de funcionários do Ministério da Justiça. Ele deve deixar o governo até a próxima sexta-feira (12) e reassumir sua cadeira no Senado antes de assumir a vaga deixada pela ex-ministra Rosa Weber no STF (Supremo Tribunal Federal), já confirmada para o dia 22 de fevereiro.
Embora tenha chegado ao Senado como suplente de Flávio Dino e assumido o mandato desde que o ex-governador do Maranhão foi convidado pelo presidente Lula para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ana Paula tem se movimentado com desenvoltura, tendo sido uma voz ativa na Câmara Alta do Congresso Nacional ao longo do ano de 2023. Apresentou inclusive dois importantes projetos de lei, que garantem maior proteção contra assédio sexual no ambiente de trabalho.
Politicamente afinada com Dino, a senadora tem mandato garantido até 2030, tempo suficiente, dependendo de sua atuação parlamentar, para alça-la à condição de liderança, mas para isso deve procurar um partido para chamar de seu e se firmar como política com visibilidade estadual, já que o PSB, partido pelo qual chegou ao Senado na condição de suplente, já foi entregue ao governador Carlos Brandão.
Esposa do deputado estadual Othelino Neto, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão que se afastou do governo do estado (era secretário da Representação do Maranhão, em Brasília) para reassumir seu mandato, a senadora tentou convencer as lideranças nacionais do PSB a lhe entregar o partido, mas não teve êxito e não descarta a possibilidade de mudar de legenda.
A escolha de Ana Paula como suplente de Dino foi uma articulação feita pelo ministro da Justiça em troca do apoio de Othelino ao seu sucessor, o governador Carlos Brandão. Durante a pré-campanha em 2022, o deputado estadual ameaçou deixar o PCdoB para integrar o PDT, partido que lançou o senador Weverton Rocha (PDT-MA) para o governo. Decidiu ficar e apoiar Brandão após ter garantido a primeira suplência de Dino para a esposa.
É bom lembrar que antes mesmo da campanha de 2022 começar, ou seja, ainda na pré-campanha, com Lula favorito para exercer um terceiro mandato, Dino já era apontado como senador eleito e provável ministro, o que se confirmou, e serviu como atrativo para esfriar os ânimos do então presidente da Assembleia Legislativa e mantê-lo aliado ao grupo, deixando o senador Weverton Rocha (PDT) com a impressão de ter sido usado como moeda de troca.
Como senadora, Ana Paula tem contribuído muito com governo Lula e deve manter a pegada como titular do mandato a partir do momento que Dino deixar o Senado para assumir sua cadeira no Supremo Tribunal Federal.
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