A relatora da CPMI do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), concedeu entrevista coletiva para comentar a prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, nesta quarta-feira (9). Durante sua fala, Eliziane destacou que Silvinei “mentiu de forma escancarada” quando prestou depoimento à CPMI, avaliou que a prisão é “compatível do ponto de vista da investigação da comissão” e afirmou que “está clara a necessidade da reconvocação” do ex-chefe da PRF.
“A prisão do Silvinei é a constatação real de que a CPMI elaborou e está adotando uma linha de investigação correta, em consonância com fatos e não com narrativas. Não tivemos acesso a nenhum compartilhamento dos inquéritos do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal, mas hoje temos uma prisão em que há uma compatibilidade do ponto de vista da investigação da CPMI”, introduziu Eliziane.
A senadora destacou que foi possível comprovar as mentiras de Vasques quando ele depôs à CPMI e que já debateu a reconvocação do ex-comandante da PRF com o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA): “quando o Silvinei esteve aqui na comissão ele mentiu de uma forma escancarada, em várias linhas. Tivemos vários pontos que conseguimos comprovar, inclusive no momento da oitiva dele, de que de fato ele estava mentindo. Na sequência inclusive encaminhamos uma representação junto ao Ministério Público Federal para que tomasse as devidas providências. Logo em seguida eu cheguei a falar com o presidente [Arthur] Maia e conversei com a imprensa de que havia uma necessidade de reconvocação do Silvinei. Então hoje, mais do que nunca, a partir desta prisão está clara a necessidade de reconvocação”
“Espero que haja uma nova deliberativa em pouco tempo – e aí será convocada pelo presidente da comissão. E nessa deliberativa nós faremos de fato a apresentação desses novos requerimentos, dentre eles do pedido de reconvocação do Silvinei e também de outros pedidos de acareação que nós julgamos pertinentes para esse momento da comissão”, acrescentou.
A senadora ainda mencionou a necessidade de uma reconvocação do ex-ministro da Justiça bolsonarista Anderson Torres e o superintendente da Polícia Federal da Bahia, Leandro Almada: “nós defendemos uma acareação entre o Anderson Torres e o Almada, que era o superintendente da Polícia Federal da Bahia, que participou de uma reunião que, segundo informações do Almada, ocorreu para discutir o mapa que foi construído pelo serviço de inteligência do Ministério da Justiça para que, onde houvesse pontos com a presença maior de eleitores ligados ao então candidato Lula, neste local também haveria uma presença maior de policiais e, portanto, de integrantes da Polícia Rodoviária Federal. Ou seja, se cria uma reunião na Bahia na qual o ponto central é uma ação criminosa, que é atrapalhar o resultado eleitoral. Anderson Torres falou que não seria verdade essa reunião e o Almada diz que é verdade. Então há uma necessidade de a gente fazer essa acareação”.
A ideia de reconvocar Silvinei Vasques, por sua vez, seria para uma acareação com integrantes da própria Polícia Rodoviária Federal. Eliziane explicou: “porque nos relatórios que foram apresentados e nas ordens de serviços constavam um direcionamento desses policiais para a região nordeste brasileira, inclusive com aumento exponencial de diárias. Ele teve praticamente uma dobra em relação a essa quantidade de policiais e os pontos aonde haveria essa fiscalização, houve uma concentração exagerada para a região nordeste. Então esse relatório foi construído, pelas informações, com a presença do Silvinei em reuniões onde ele pediu até a retirada de todos os aparelhos celulares”.
“Diante desses fatos também poderá haver em algum momento pedido de acareação do Silvinei com esse segundo escalão da Polícia Rodoviária Federal que participou dessa reunião”, concluiu. (247)
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