Em 2002 Roseana Sarney liderava as pesquisas para Presidência da República quando a Polícia Federal, na época controlada pelo PSDB do presidente Fernando Henrique, estourou o aparelho em que a filha de José Sarney e seu marido Jorge Murad mantinham um cofre com R$ 1,3 milhão em notas de R$ 50,00. O escândalo Lunus fez a então pré-candidata a presidente despencar e até virar tema do livro do jornalista Palmério Dória: “A candidata que virou picolé”.
O flagrante da PF e seus desdobramentos sobre as várias versões para a montanhas de notas sem origem encontrada no cofre da Lunus, empresa pertencente ao casal, levaram a então pré-candidata desistir da disputa, o que facilitou a vitória do então candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva. Neste episódio, Roseana se livrou do processo, após o então presidente do PFL, senador Jorge Bonrhausen, apresentar a sétima versão e assumir que o dinheiro seria do partido. Como na época Sarney tinha tentáculos nos tribunais superiores, o caso foi encerrado e o dinheiro devolvido tempos depois.
Lembro este triste episódio da política maranhense para alertar que o senador Weverton Rocha, também pode derreter feito picolé após se manifestar a favor de pastores pilantras flagrados fazendo tráfico de influência no Ministério da Educação, cobrando propina e desviando recursos. O senador do PDT era muito próximos a Arilton e Gilmar, gravou vídeo elogiando os dois evangélicos denunciados por prefeitos achacados para ter acesso aos recursos do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação), inclusive cobrando até quilo de ouro, como foi o caso do prefeito Luís Domingues, Gilberto Braga.
Pré-candidato de si mesmo, pois os principais apoiadores mudaram para o palanque do governador Carlos Brandão (PSB), Weverton, que diz ser de esquerda, se viu envolvido no escândalo do MEC ao retirar sua assinatura do requerimento da CPI que pretende investigar corrupção no Ministério com a suposta conivência do presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro Milton Ribeiro, facilitador dos acessos dos pastores aos recursos para construção escolas, creches e que cobravam propina aos prefeitos.
Corre nos bastidores da política nacional e local que o senador maranhense retirou sua assinatura da CPI sob pressão do Palácio do Planalto e dos líderes do Centrão responsáveis pelo famigerado orçamento secreto e que teria muito a revelar caso ele mantivesse o apoio à investigação. Como no caso Lunus, várias versões já foram apresentadas para justificar que um senador que diz ser de esquerda faça o jogo da extrema direita por baixo do pano em Brasília e no Maranhão dizer que apoia Lula, mesmo o PDT tendo como candidato a presidente Ciro Gomes.
O pré-candidato pedetista, que segundo a última pesquisa do Instituto Escutec já perdeu a liderança para Carlos Brandão e vê Edivaldo Holanda Junior chegando, corre o risco de derreter feito picolé, a exemplo de Roseana em 2002, que esvaziou até desistir da disputa.
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