Com seis pré-candidatos a prefeito de São Luís já confirmados pelos respectivos partidos, a pré-campanha continua polarizada entre o atual prefeito, que tentará a reeleição, Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Junior (PSB). Caso não aconteça fato novo com potencial para mudar o curso da campanha, tudo indica que teremos o repeteco da eleição de 2020 quando os atuais líderes das pesquisas já divulgadas até agora duelaram, com Braide saindo vitorioso.
Wellington do Curso (Novo), Flávia Alves (Solidariedade), Saulo Arcangeli (PSTU) e Yglésio Moisés (PRTB) possuem aval de suas legendas para participarem da corrida ao Palácio de la Ravardiére e podem ser considerados projetos praticamente consolidados (Yglésio ainda depende de aval da Justiça Eleitoral para concorrer), mas não conseguem sequer fazer sombra, pelo menos até agora, às pré-candidaturas de Braide e Duarte.
Braide conta com a máquina da prefeitura e tem voltado suas atenções para dar fluidez ao trânsito executando obras nas principais avenidas. Durante a entrega da intervenção do Trânsito Livre realizada nos bairros Calhau e Renascença, no dia 29 de maio, o prefeito anunciou a próxima incursão: será na rotatória do bairro São Francisco, porém, existem muitas reclamações de lideranças comunitárias quanto a falta de assistência aos bairros da periferia. Se o que foi feito até agora tem agradado a população, as urnas responderão.
Isto porque, enquanto o prefeito anunciar mais uma intervenção em bairro onde predomina a classe média, desta vez no São Francisco, avenidas cujo gargalo no trânsito é diário e intermitente continuam sem a menor atenção, como são os casos das avenidas São Marçal e João Pessoa, que atravessam o bairro do João Paulo, e Avenida Casemiro Júnior, no Anil. Sem falar na Avenida dos Africanos. Esburacada e mal iluminada, se torna uma verdadeira armadilha para quem se arrisca em percorrê-la. Mesmo assim as últimas pesquisas apontam um certo favoritismo de Braide.
Seu principal adversário, único que tem mostrado força para enfrentar a máquina da prefeitura, Duarte Junior será candidato de uma ampla aliança que está sendo costurada com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), já contabiliza cerca de treze legendas, com destaque para a federação PT/PCdoB/PV e dos partidos que integram a base de sustentação do governo, incluindo ainda o PP do ministro do Esporte André Fufuca. Para esta eleição que se aproxima, Duarte deve contar com a força de toda a base governista, ao contrário de 2020 quando alguns líderes de partidos desertaram.
Com a pré-campanha fluindo sem apresentar qualquer novidade ou ameaça aos dois principais candidatos, tudo indica que os demais concorrentes se lançaram na disputa para se manterem em evidência, fortalecer seus projetos para 2026 ou simplesmente marcar posição, com ocorre com os representantes da chamada esquerda radical. O PSTU, por exemplo, já lançou Saulo Arcangeli, que deve aproveitar a campanha para denunciar as mazelas do capitalismo e defender os interesses da classe operária, educação para todos e emprego.
Para quem acompanha os bastidores da política, chama atenção a postura do deputado estadual Yglésio Moisés. Eleito pelo PSB, legenda de centro esquerda, o parlamentar teve interesses contrariados na gestão do ex-governador Flávio Dino e passou a defender teses da direita radical e tenta se firmar como líder extremista, defensor do bolsonarismo. Resta saber como o eleitor conservador vai se comportar diante da metamorfose do deputado, que pulou da esquerda para se juntar aos terraplanistas.
Sem representar, pelo menos até agora, qualquer ameaça a Braide e Duarte, na prática, a candidatura de Yglésio, caso seja autorizada pela justiça, deverá servir apenas para manter seu nome em evidência com vistas à próxima eleição para deputado federal. Mesma estratégia que deve ser usadas por Wellington do Curso e Flávia Alves.
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