Logo Blog
aplikasitogel.xyz hasiltogel.xyz paitogel.xyz

Candidato a desembargador pelo Quinto Constitucional da OAB-MA Petrônio Alves conta sua história de luta

Petrônio Alves, Advogado e Jornalista

Eu vou ser Desembargador! (… Vai, meu filho?)

Nascemos e (na maior marra) nos criamos na nossa amada cidade de São Luís. Temos a certeza de que boa parte da população conhece a nossa história de vida. No começo, anos de 1970, lá no Mercado Central, com 6 anos de idade, logo às cinco horas da manhã de todos os dias, acompanhando o meu velho pai, vendendo jornais para ajudar a criar uma família de vários irmãos menores (o ex Secretário de Segurança, Raimundo Cutrim, que também tem a sua origem de trabalho no Mercado Central, lá nos conheceu bem criança, é só nos chama de LUTADOR, até hoje).

Foram vários anos de nossa lida diária no Mercado Central. Temos lembranças das mais diversas, ainda que muito criança. Mas vivíamos a necessária precocidade que advém do trabalho desde muito cedo imposto a uma criança pobre e sem qualquer perspectiva de futuro, uma vez que a pobreza, naquela época, era a nossa maior angústia.

Com o passar do tempo, o velho Jornaleiro, e aleijado (Pé de Bolão), “Seu Petrônio”, já demonstrava cansaço e desinteresse pela atividade. A venda de jornais se tornava a cada dia muito mais difícil, pois, em cada um dos quatro portões do Mercado havia, pelo menos, dois jornaleiros (Serrão e seus filhos, Jaime, Mundico Sapoti, Pé Vira, e outros), e os cliente iam diminuindo. Até que um dia, não sei de qual o ano, papai disse que não mais iria vender jornais no Portão do Mercado Central.

Mudamos para a Praça Benedito Leite, a convite do seu bom amigo Abílio, que possuía uma Banca de venda revistas e jornais, logo na entradinha na praça que dá acesso à possante estátua do histórico líder político maranhense. E por sugestão do Abílio, Seu Petrônio” colocou uma malfeita Cadeira de Engraxate ali na praça, exatamente aos “pés de Benedito Leite”. E começamos, eu e ele, (uma parceria que sempre deu certo, até o dia em que ele foi embora, e eu nunca soube pra onde; e ele nunca mais voltou…!); a trabalharmos como engraxates de sapatos. Foram aparecendo, aos poucos, bons clientes, principalmente a tarde, pois, nesse horário se reuniam os Boêmios do Hotel Central, claro, sob a liderança do folclórico e esticado ‘Gerente’, em companhia de tantos outros da espécie e iguaria, que antes de se iniciarem nas conversas homéricas, ao sabor das loiras geladas (e também das quentes e bem arrumadas), iam até nós dar um grau nos seus ‘pisantes’.

Dia após dia íamos conhecendo clientes novos (só havia a nossa cadeira de engraxate no local). Ao final do dia, já era possível termos a certeza de que almoçamos; e tínhamos condições de levar “as coisas para casa” (arroz, pão, farinha, camarão seco…). Aos poucos, em casa a vida melhorava, os irmãos e as irmãs já não amanheciam tão tristes: sabiam que vinha o café da manhã e, quase certeza, o almoço ou uma janta lá pelas onze da noite, quando nós chegávamos. Era sempre assim….!

Voltemos à cadeira de engraxate da Benedito Leite. Nela sentavam-se alguns homens que eram diferentes dos Boêmios do Hotel Central. Eram quase sempre calados. Chegavam sempre acompanhados de alguém (sempre homens), e estavam bem arrumados, vestidos de paletó, com gravatas, e calçados de sapatos novos, os quais pediam para que deixássemos “no brilho”. E nós mandávamos brasa, o pagamento era bom!

Não seria nenhuma novidade perguntar ao “Seu Petrônio” quem eram aqueles homens e o que eles faziam; que sempre estavam de paletó e gravatas; porque quase tudo era motivo de indagação para aquele precoce garoto, com menos de dez anos de idade, e que tinha no seu pai a sua enciclopédia ambulante, vez que não sabia ler e nem escrever àquela altura do tempo. Mas sabia perguntar ao papai!

Meu filho, eles são Desembargadores do Tribunal de Justiça [… Tácito Caldas, Sipaúba da Rocha, Paiva, Juvenil Everton, Delfino Sipaúba, Orvile Almeida, João Miranda, e outros]. São Juízes. Eles decidem quem tem direito a ter a justiça a seu favor. Eles que dizem se uma pessoa é ou não a dona de uma terra, de uma casa. Eles mandam prender e soltar quem comete algum erro na vida. Eles que são os homens obrigados a cumprirem e fazer cumprir as leis do nosso país.

Então, sem pensar muito, assinalávamos naquele distante momento, no trabalho de engraxate, ajudando ao “Seu Petrônio”, talvez na presença de algum daqueles homens: Eu vou ser Desembargador!

O velho Jornaleiro, e agora engraxate, num demorado, amarelo e triste olhar para mim, talvez tentando ler a minha Alma, e diante das agruras que a vida nos impunha naquela época muito difícil, me indagou com um semblante de felicidade de pai: … Vai, meu filho?

Assim chegamos até aqui. Estamos preparados. Percorremos quase todas as estradas e caminhos. Lutamos e estudamos, formamos família; criamos e formamos os nossos filhos. Apreendemos o dever e a necessidade de ajudar a sociedade como um todo a assumir o compromisso com os injustiçados, distribuindo a Justiça Social através do ordenamento jurídico, com o equilíbrio e a sabedoria pautada na justa distribuição da prestação jurisdicional, sem discriminação de qualquer natureza.

Posso ser o Desembargador, a sua disposição!

0 Comentários

Deixe o seu comentário!

Buscar

aplikasitogel.xyz hasiltogel.xyz paitogel.xyz