Faltando pouco mais de vinte dias para a reunião convocada pelo governador Flávio Dino (PSB) para definir a chapa majoritária que representará a aliança governista na sucessão estadual, Carlos Brandão (PSDB) mantém a dianteira na disputa interna contra senador Weverton Rocha (PDT) e o secretário de Indústria, Comércio e Energia Simplício Araújo (SD) e deve ser confirmado como candidato do grupo.

Além do essencial apoio do governador, principal liderança política do Estado e favorito na eleição para o Senado, Brandão, sem fazer barulho, reúne hoje em torno do seu projeto político a maioria dos partidos do grupo, deputados federais, mais da metade dos 42 deputados estaduais, uma infinidade de prefeitos e lideranças que o colocam em condições de vantagem em relação aos adversários.

Além de preencher todos os requisitos que lhe garantem a preferência da indicação, o vice-governador possui ainda a seu favor a lealdade e o compromisso com a continuidade dos programas e projetos em fase de execução pela atual gestão à qual tem contribuído de forma efetiva sem jamais ter criado qualquer tipo de problema para o governador.

É natural qualquer integrante do grupo governista desejar ser eleito governador, principalmente contando com o apoio de Flávio Dino, hoje o político de maior expressão do Maranhão, responsável pela eleição dos três senadores maranhenses e franco favorito para se tornar senador a partir de 2023, mas a fila para este ano é puxada por Brandão, até pelo fato de ser efetivado governador em abril e somente ter direito de disputar a reeleição.

O governador, na reunião do dia 29 de novembro com presidentes dos treze partidos que integram a aliança, deu prazo até 31 de janeiro para que os dirigentes partidários debatam e veja a possibilidade de manter a maior unidade possível, mas o prazo começa afunilar e as posições dos outros dois pré-candidatos (Weverton e Simplício) é de levarem adiante suas pré-candidaturas, apesar dos apelos pelo consenso.

O senador Weverton, mesmo não reunindo os critérios estipulados pelo governador para receber seu apoio, continua irredutível em seu projeto, não perde oportunidade de dizer a aliados que não recua e tudo indica que será candidato ainda que isso represente um grande risco de racha e abra a possibilidade para uma terceira via num pleito que promete ser um dos mais disputados da história política do Maranhão. Será o primeiro sem o grupo Sarney na disputa majoritária.

Conversando com um importante ator do cenário político, tive a informação de que todos os argumentos já foram utilizados para tentar convencer o senador do PDT desistir do seu projeto pessoal, se reagrupar a ajudar manter o grupo no poder, mas ele continua irredutível e não dar o menor sinal de que pretenda desistir.

Já Simplício, embora sendo auxiliar da gestão Flávio Dino, também mantém firme sua pré-candidatura. Conta com o apoio da direção nacional do Solidariedade e continua defendendo suas ideias, mas neste campo político há quem acredite que após o dia 31 deste mês, com Brandão sendo confirmado como candidato, o secretário possa rever sua posição.

Embora setores da mídia ainda fale em disputa interna, é fato que Carlos Brandão venceu a concorrência e a preocupação agora é encontrar um vice que ajude manter o grupo que chegou ao poder em 2014 no comando do Estado. E nomes é o que não falta.