Aos aliados que restaram do grupo Sarney, a ex-governadora Roseana (MDB) tem garantido que será candidata ao governo nas eleições de outubro próximo, mas até eles já olham com certa desconfiança sobre as reais intenções da filha do oligarca José Sarney, já que não identificam nela um único gesto de quem realmente pretende participar do pleito. Desde que lançou sua pré-candidatura, ainda em 2017, ensaiou perambular pelo interior do Maranhão, mas sem ter receptividade, submergiu.

Conversei neste final de semana com um deputado aliado da ex-governadora e perguntei a ele se Roseana era realmente candidata ao Governo do Estado e ele respondeu que ainda naquele dia iria ter uma reunião com ela e que a mesma estaria reunindo secretamente com lideranças municipais, mas pedido segredo sobre o conteúdo das conversas para não despertar o adversário.

Embora tenha respondido a pergunta sem pestanejar, o próprio parlamentar não mostrou muita empolgação e nem esperança de que a ex-governadora possa reverter o elevado índice de rejeição e se tornar uma adversária perigosa ao projeto de reeleição do governador, que, ao contrário da filha do Sarney, está muito bem avaliado e liderando todas as pesquisas de intenção de voto.

Além da rejeição altíssima, pesa contra Roseana os inúmeros escândalos de corrupção que marcaram suas administrações e que certamente voltarão ao centro dos debates durante a campanha, o que torna a candidata ainda mais vulnerável e sem qualquer esperança de êxito em seu desejo de voltar ao poder. A possibilidade de ser recebida de forma não desejada, inclusive, teria sido o real motivo da suspensão de sua ida a Imperatriz.

Nas conversas de bastidores crescem as apostas em torno da desistência da candidata. Para alguns, a candidatura já subiu no telhado por conta do medo da ex-governadora ser novamente humilhadas nas urnas, porém, ainda existem aqueles que torcem para que ela resolva seu dilema pessoal e aceite o sacrifício de ser derrotada, mas salvar alguns mandatos na Câmara Federal e Assembleia.

O problema, segundo um profundo conhecedor da cozinha do Sarney, é a vaidade da ex-governadora que não lhe permite sacrifícios por aliados.